Impacto Social

Brasil registra 30,3 mil transplantes em 2024, com 85% realizados pelo SUS e investimentos de R$ 1,47 bilhão

O Brasil alcançou a marca de 30,3 mil transplantes em 2024, com 85% realizados pelo SUS. O investimento público cresceu 28%, e novas tecnologias serão implementadas para ampliar o acesso e reduzir a recusa familiar.

Atualizado em
June 4, 2025
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Coração foi captado em um hospital de Sorocaba (SP) e será levado para Botucatu (SP) para transplante — Foto: CHS/Divulgação

O Brasil alcançou um marco significativo em 2024, superando a marca de trinta mil transplantes de órgãos e tecidos, com oitenta e cinco por cento desses procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O investimento público na área de transplantes atingiu R$ 1,47 bilhão, representando um crescimento de vinte e oito por cento em relação a 2022. O Ministério da Saúde anunciou a inclusão de novas tecnologias, como o transplante de intestino delgado e de membrana amniótica, visando aprimorar os serviços prestados.

Entre as estratégias para melhorar o acesso e reduzir as desigualdades regionais, destaca-se a implementação da prova cruzada virtual, que permite avaliar a compatibilidade entre doadores e receptores à distância. Atualmente, essa tecnologia está disponível em quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí e Pernambuco), mas há planos para expandi-la por todo o país. Além disso, o governo está promovendo a reconfiguração das macrorregiões de transplantes, priorizando a distribuição de órgãos entre estados da mesma região geográfica.

Apesar do crescimento no número de transplantes, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos. A fila de espera conta com setenta e oito mil pessoas, sendo mais de quarenta e duas mil apenas para transplante de rim. Outro obstáculo é a recusa familiar, com apenas cinquenta e cinco por cento das famílias autorizando a doação de órgãos. Para abordar essa questão, será lançado o Programa de Qualidade em Doação para Transplante (PRODOT), que visa capacitar e monitorar as equipes responsáveis pelas entrevistas com os familiares dos potenciais doadores.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância de ampliar a capacitação dos profissionais envolvidos nesse processo. A formação será realizada em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Além disso, o SUS planeja reajustar os valores pagos em diversas etapas do transplante, incluindo um aumento de pelo menos oitenta e um por cento nos líquidos de preservação de órgãos e atualizações nos valores de exames essenciais para a viabilidade da doação.

Outra inovação mencionada foi o início de um projeto de pesquisa voltado ao xenotransplante, que envolve a produção de órgãos de suínos geneticamente modificados para uso em humanos. Essa iniciativa ainda está em fase inicial, mas representa um avanço promissor na busca por soluções para a escassez de órgãos disponíveis para transplante. O governo também está comprometido em aumentar o número de transplantes nas regiões Norte e Nordeste, onde a demanda é alta.

Essas iniciativas refletem um esforço contínuo para melhorar a qualidade e a acessibilidade dos transplantes no Brasil. Em um cenário onde muitos ainda aguardam por uma segunda chance, a união da sociedade civil pode fazer a diferença. Projetos que visam apoiar a capacitação de equipes e a conscientização sobre a doação de órgãos são fundamentais para transformar essa realidade e salvar vidas.

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