Impacto Social

Empreendedorismo feminino se destaca como caminho para autonomia e superação de mulheres em situação de vulnerabilidade

Marlene Zeni, após 35 anos de relacionamento abusivo, se tornou escritora e palestrante, promovendo a autonomia feminina. O programa Movimente, criado em 2024, apoia mulheres em vulnerabilidade no DF com capacitação e acesso a serviços.

Atualizado em
June 2, 2025
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Lia Maria é fundadora da Associação Mulheres Empreendedoras (AME) - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

'Ele me ameaçou de morte'. Essa é uma das lembranças marcantes de Marlene Zeni, que passou 35 anos em um relacionamento abusivo. Após um processo de autoconhecimento e terapia, Marlene se separou e transformou sua vida ao se tornar escritora, palestrante e terapeuta. Atualmente, ela promove a autonomia feminina e relata que, no Distrito Federal, ocorrem em média 52 casos de violência contra mulheres por dia. A dependência financeira é um fator crítico, com 53% das vítimas nessa situação.

O empreendedorismo surge como uma alternativa viável para muitas mulheres em vulnerabilidade. Marlene, que sempre desejou um caminho diferente do que lhe foi imposto, encontrou na escrita e nas palestras a oportunidade de se libertar. Seu livro, "O preço de não saber quem você é", lançado em abril, narra sua trajetória de superação e empoderamento. Ela afirma: 'Hoje, sou a protagonista da minha vida', destacando a importância do amor próprio e da autoestima.

Em resposta a essa realidade, o programa Movimente foi criado em novembro de 2024, com o objetivo de facilitar o acesso a serviços públicos voltados ao empreendedorismo feminino. Coordenado pelo Sebrae-DF e pela Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF), o programa também busca coletar dados sobre a presença feminina nos negócios. A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, enfatiza que 'autonomia econômica é a porta de saída da violência'.

Além do Movimente, iniciativas como o projeto Elas com Elas, liderado pela arquiteta Flávia Portela, têm se destacado. O programa oferece capacitação empreendedora em diversas regiões do DF, priorizando áreas com maior incidência de violência contra mulheres. Flávia ressalta que o projeto atua como um espaço de acolhimento, ajudando mulheres em situação de fragilidade a se reerguerem e a mudarem suas vidas.

A Ação de Mulheres pela Equidade (AME) também desempenha um papel importante, atuando em regiões vulneráveis e promovendo o empreendedorismo. Lia Maria dos Santos, fundadora da marca Diáspora 009, exemplifica como a arte e o empreendedorismo podem ser caminhos de proteção e acolhimento. Ela destaca a necessidade de políticas públicas que apoiem as mulheres em seus processos de formalização e empreendedorismo.

O Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC) promove rodas de conversa e debates sobre temas relevantes para mulheres empreendedoras. A presidente do CMEC-DF, Beatriz Guimarães, afirma que o fortalecimento econômico é essencial para que as mulheres construam trajetórias de liberdade e dignidade. Iniciativas como essas merecem apoio da sociedade civil, pois podem transformar realidades e oferecer novas oportunidades para mulheres em situação de vulnerabilidade.

Correio Braziliense
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