A população em situação de rua no Distrito Federal cresceu 19,8%, totalizando 3.521 pessoas, levando o governo a criar espaços de pernoite que acolhem animais de estimação, priorizando alternativas à remoção.
A população em situação de rua no Distrito Federal aumentou em dezenove vírgula oito por cento, totalizando três mil quinhentas e vinte e uma pessoas, conforme o 2º Censo Distrital realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). O levantamento, que comparou os dados com o ano anterior, revela um cenário mais complexo, onde a maioria dos identificados é composta por homens (oitenta e um vírgula oito por cento), mas também inclui mulheres (dezesseis vírgula três por cento) e pessoas intersexo (zero vírgula dois por cento).
O governo local anunciou a criação de espaços de pernoite que acolherão animais de estimação, uma mudança significativa em relação à política anterior, que priorizava a remoção das pessoas das ruas. O secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, destacou que a iniciativa busca oferecer alternativas reais de reinserção social, ao invés de apenas deslocar a população em situação de rua.
Apesar do aumento geral, o número de crianças nessa condição caiu em cinquenta e dois vírgula seis por cento desde dois mil e vinte e dois. A maioria das crianças, setenta e um vírgula nove por cento, está na faixa etária de até onze anos e muitas estão nas ruas acompanhando familiares. O censo também revelou que setenta e seis vírgula um por cento dos entrevistados estavam efetivamente nas ruas, com um aumento em relação ao ano anterior.
Ceilândia registrou o maior aumento na população em situação de rua, passando de trezentas e setenta pessoas em dois mil e vinte e dois para setecentas e dezenove em dois mil e vinte e cinco, um crescimento de noventa e quatro vírgula três por cento. Em contrapartida, Taguatinga e São Sebastião apresentaram quedas significativas, refletindo a distribuição desigual dos serviços de acolhimento disponíveis na região.
O tempo de permanência nas ruas é alarmante, com quarenta e dois vírgula quatro por cento dos entrevistados vivendo nessa condição há pelo menos cinco anos. A maioria dos indivíduos que se encontram em situação de rua não é originária do Distrito Federal, com sessenta e três por cento vindo de outros estados, buscando trabalho ou acompanhando familiares. A pesquisa também identificou pessoas de dezessete países, com destaque para a Venezuela.
A professora Larissa Matos, do Centro Universitário de Brasília (Ceub), enfatiza que o aumento da população em situação de rua é um reflexo da precarização das condições de vida e da desigualdade social. A secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, reforçou a importância de garantir dignidade e promover a reintegração social, destacando iniciativas como a concessão de passagens interestaduais para que as pessoas possam retornar ao convívio familiar. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos a encontrar um caminho de volta à dignidade.
Irmã Rosita Milesi, advogada e religiosa, foi premiada com o Faz Diferença 2024 na categoria Mundo, destacando seu trabalho em defesa dos imigrantes e refugiados no Brasil. Em mensagem, ela pediu acolhimento e empatia.
O Festival ABCR 2023, realizado em São Paulo, destacou a captação de recursos no terceiro setor, abordando temas como Inteligência Artificial e fortalecimento de organizações locais, com foco na inclusão. O evento, que contou com a participação de 1.211 inscritos, promoveu a diversidade por meio de bolsas para participantes de várias regiões, enriquecendo as discussões sobre captação e sustentabilidade.
A ONG Doutores da Amazônia inaugura a primeira clínica odontológica em uma aldeia indígena, beneficiando mil indígenas Guarani com atendimento gratuito e contínuo. A iniciativa, apoiada pela Dentsply Sirona, visa melhorar a saúde bucal em comunidades remotas.
Ticiana Rolim Queiroz, ex-herdeira de uma construtora no Ceará, abandonou sua carreira para fundar a Somos Um, ONG dedicada ao empreendedorismo social e ao apoio a mulheres vulneráveis. A iniciativa visa promover impacto social e democratizar o acesso ao crédito no Nordeste.
A ONG Onda da Esperança, criada durante a pandemia, já beneficiou mais de 9 mil crianças em São Sebastião (SP) e busca reconhecimento oficial para expandir suas atividades e criar uma sede própria. Com um time de 200 voluntários, a organização promove ações culturais e sociais, como sessões de cinema em escolas, visando proporcionar experiências significativas e memórias afetivas para as crianças atendidas.
Janaina Tavares, da ActionAid, destaca que o RH no terceiro setor deve priorizar escuta ativa e bem-estar das equipes, essenciais para a sustentabilidade da missão em contextos vulneráveis.