Terceiro Setor

"Jumentos enfrentam extinção no Brasil; proposta busca torná-los patrimônio nacional"

A população de jumentos no Brasil despencou de 1,37 milhão em 1999 para cerca de 78 mil em 2025, devido à exploração para colágeno. Propostas de lei buscam protegê-los e um movimento social cresce em defesa da espécie.

Atualizado em
July 20, 2025
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PREOCUPAÇÃO - Abate: movimento internacional contra a mortandade (iStock/Getty Images)

Os jumentos, importantes para a cultura e economia do Brasil, especialmente no Nordeste, enfrentam um grave risco de extinção. A população caiu de 1,37 milhão em mil novecentos e noventa e nove para cerca de setenta e oito mil em dois mil e vinte e cinco. Essa drástica redução é atribuída à exploração para a produção de colágeno, utilizado na medicina chinesa, o que gerou um movimento crescente em defesa da espécie.

A canção "Apologia ao Jumento", de Luiz Gonzaga, destaca a importância cultural do jumento, que foi um símbolo de resistência e trabalho no Brasil Colônia. No entanto, a realidade atual é alarmante. O professor Adroaldo José Zanella, da Universidade de São Paulo, aponta que uma estatal chinesa está por trás da exploração, utilizando a pele do animal para fabricar ejiao, um produto que promete rejuvenescimento e aumento da potência sexual.

A falta de legislação específica para proteger os jumentos no Brasil é uma preocupação crescente entre cientistas e ativistas. Há propostas de lei em tramitação no Congresso Nacional, como a do deputado Ricardo Izar, que visa declarar o Equus asinus como patrimônio nacional e proibir seu abate. A situação atual é crítica, com muitos jumentos sendo tratados em condições inadequadas, sem cuidados básicos de saúde e higiene.

O ciclo de reprodução dos jumentos é longo, com a gestação durando doze meses e mais três anos até que o animal esteja pronto para o abate. Essa realidade torna a criação sustentável menos lucrativa em comparação ao abate extrativista, que é mais imediato e cruel. A diminuição da população de jumentos não é apenas uma questão de conservação, mas também de preservação cultural.

Recentemente, o tema ganhou destaque nas redes sociais, com um vídeo-protesto do artista plástico David Ferreira, que usou seu corpo como suporte para a arte, cobrindo-se com desenhos de jumentos e mensagens de protesto. A repercussão foi significativa, com mais de um milhão de visualizações. Além disso, uma moção pela proibição do abate de jumentos foi assinada por mais de cinquenta países na África, enquanto em Portugal o leite de jumenta começou a ser valorizado por seus benefícios.

A continuidade da exploração dos jumentos pode impactar negativamente acordos internacionais, como o do Mercosul com a União Europeia, que inclui compromissos com o bem-estar animal. A imagem do agronegócio brasileiro também pode ser afetada. A união de esforços da sociedade civil é essencial para garantir a proteção e o futuro dessa espécie emblemática, que representa uma parte significativa da cultura brasileira. Juntos, podemos fazer a diferença e apoiar iniciativas que promovam a preservação dos jumentos e sua importância cultural.

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