Ana Maria Gonçalves, autora de "Um Defeito de Cor", foi eleita o melhor livro da literatura brasileira do século 21 e se candidatou à Academia Brasileira de Letras, podendo fazer história como a primeira mulher negra a ingressar na instituição.
Recentemente, a escritora Ana Maria Gonçalves foi reconhecida como a autora do melhor livro da literatura brasileira do século 21, segundo uma votação da Folha com a participação de 101 especialistas. Seu romance, Um Defeito de Cor, lançado em 2006, recebeu 48 votos, superando o segundo colocado por 13 votos. A autora, que se mudou de São Paulo para o Rio de Janeiro, expressou sua alegria ao receber a notícia durante uma entrevista, destacando o impacto de sua obra na cultura brasileira.
Gonçalves mencionou que a saga da escravizada Kehinde, protagonista de seu livro, tem gerado grande interesse, inspirando exposições de arte, pesquisas acadêmicas e até enredos de escolas de samba. O desfile da Portela em 2024, que homenageou a obra, esgotou os exemplares do livro, evidenciando sua relevância na cultura popular. Com 180 mil cópias vendidas, Um Defeito de Cor se tornou um raro best-seller de quase mil páginas.
A escritora também comentou sobre as mudanças no mercado editorial e a crescente valorização de narrativas diversas. Ela afirmou que, há anos, não acreditava que um livro como o seu pudesse estar no topo de uma lista de melhores da literatura brasileira. Gonçalves defende que sua obra deve ser reconhecida como parte da história do Brasil, não apenas como literatura negra, e busca um espaço que historicamente foi dominado por escritores homens brancos.
Em relação à importância do Carnaval, Gonçalves destacou o caráter pedagógico do samba e como as letras de samba-enredo podem ensinar sobre a história do Brasil. Ela observou que a inclusão de sua obra nesse contexto cultural é uma forma de alcançar um público que muitas vezes está afastado da literatura. O desfile da Portela foi um marco, com a autora participando ativamente e promovendo um clube de leitura na quadra da escola.
Gonçalves também abordou a questão da representação racial na literatura, afirmando que, embora tenha havido avanços, ainda há um longo caminho a percorrer. Ela criticou a homogeneidade das narrativas anteriores e enfatizou a necessidade de personagens mais complexos e humanos, que não sejam definidos apenas por suas identidades raciais. A autora expressou seu desejo de que a crítica literária no Brasil evolua, permitindo um debate mais aberto e sincero sobre as obras de escritores negros.
Por fim, a escritora se candidatou à Academia Brasileira de Letras, podendo se tornar a primeira mulher negra a ingressar na instituição. Gonçalves acredita que todos os espaços culturais devem ser disputados, pois eles moldam a narrativa e a identidade da sociedade. Em um momento em que a literatura negra ganha destaque, é fundamental que a sociedade civil se una para apoiar iniciativas que promovam a diversidade e a inclusão na cultura.
O governador Tarcísio de Freitas anunciará um repasse extra de R$ 150 milhões para assistência social em São Paulo, elevando o total para R$ 390 milhões. O objetivo é fortalecer a gestão do Sistema Único da Assistência Social e combater a pobreza.
O governo do Distrito Federal inaugurou o primeiro hotel social permanente para a população em situação de rua, com 200 vagas e acolhimento a animais de estimação. No primeiro dia, 131 pessoas utilizaram o serviço.
O governo do Rio de Janeiro lança ações de combate ao abuso sexual infantil, iniciando com a "Caminhada da Prevenção" em Rio das Ostras e atividades em terminais de transporte. A FIA-RJ busca conscientizar a população e fortalecer redes de apoio.
A Casa da Coruja será inaugurada na Unisuam, em Bonsucesso, oferecendo atividades esportivas e culturais gratuitas para todas as idades, promovendo o desenvolvimento integral da comunidade. A iniciativa, apoiada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Esporte e da Cultura (Idec) e patrocinada pela Karoom e Vale, visa valorizar artistas locais e fomentar uma convivência social inclusiva. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas presencialmente.
Vinicius Junior, atacante do Real Madrid, estreia como produtor no Festival de Cannes com o filme "Clarice Vê Estrelas", enquanto seu documentário "Baila, Vini" chega à Netflix em 15 de maio. A produção, que destaca sua luta contra o racismo, é uma parceria com Bruno Gagliasso e marca o início de um novo capítulo em seu ativismo social.
Cerca de 80% das mulheres autistas recebem diagnóstico apenas na vida adulta, devido a características frequentemente ignoradas. Reconhecer sinais como sensação de diferença e necessidade de rotina é crucial para inclusão.