Educação

Analfabetismo funcional no Brasil permanece em 29% em 2024, revelando desafios na educação básica

Em 2024, o Brasil ainda apresenta 29% de analfabetos funcionais, com aumento entre jovens de 15 a 29 anos. A baixa qualidade de aprendizagem e a queda nas matrículas da Educação de Jovens e Adultos agravam a situação.

Atualizado em
May 5, 2025
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Aluna de EJA acompanha aulas — Foto: Divulgação

Em 2024, o Brasil ainda enfrenta um desafio significativo com a manutenção de 29% de analfabetos funcionais entre a população de 15 a 64 anos. Os dados, provenientes do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf), revelam que essa taxa permanece inalterada desde 2018. O estudo, que avaliou a capacidade de leitura, escrita e Matemática de 2.554 pessoas, foi realizado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social, com apoio de instituições como a Fundação Itaú e a Unesco.

O levantamento indica que 36% da população possui habilidades básicas de alfabetização, enquanto 35%27% são analfabetos funcionais, 34% atingem o nível elementar e 40% têm alfabetismo consolidado. A queda nas matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é apontada como um fator que contribui para essa estagnação, com o menor número de alunos registrado na história em 2024.

O coordenador da área de educação da Ação Educativa, Roberto Catelli, destaca que políticas públicas adequadas são essenciais para melhorar a educação de jovens e adultos. O estudo também revela um aumento no analfabetismo funcional entre jovens de 15 a 29 anos, que subiu de 14% para 16%. Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, enfatiza que a deterioração dos dados representa uma falha na missão fundamental da escola.

Rosalina Soares, superintendente de Conhecimento da Fundação Roberto Marinho, observa que, apesar do aumento na frequência escolar, a qualidade da aprendizagem não acompanhou esse avanço. Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) mostram que muitos estudantes não atingem o nível adequado em Língua Portuguesa e Matemática ao final do ensino médio.

O Inaf também introduziu, pela primeira vez desde 2001, uma análise do analfabetismo no contexto digital. Os resultados mostram que 95% dos analfabetos funcionais realizam apenas um número limitado de tarefas digitais. Além disso, 40% dos alfabetizados proficientes apresentam desempenho médio ou baixo em atividades digitais, evidenciando a necessidade de melhorias na formação digital.

O estudo foi realizado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, com uma margem de erro de dois a três pontos percentuais. A pesquisa destaca a importância de ações coletivas para enfrentar esses desafios educacionais. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos a conquistar melhores oportunidades de aprendizado e inclusão social.

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