Educação

Brasil debate futuro da formação médica em Fórum Nacional com foco em qualidade e responsabilidade social

O XV Fórum Nacional de Ensino Médico, realizado em Brasília, resultou na Carta de Brasília, que propõe um Exame Nacional de Proficiência Médica e defende a residência como essencial para a formação médica. O evento, que reuniu especialistas e representantes de instituições, destacou a necessidade de critérios rigorosos para a abertura de cursos e a importância da pesquisa na formação. A carta busca garantir padrões de excelência e combater a expansão desordenada de vagas, visando uma medicina de qualidade no Brasil.

Atualizado em
August 5, 2025
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O Brasil enfrenta um momento crucial na formação médica, conforme destacou o coordenador da Comissão de Ensino Médico do Conselho Federal de Medicina, Alcindo Cerci Neto, durante a abertura do XV Fórum Nacional de Ensino Médico, realizado em Brasília nos dias trinta e um de julho e primeiro de agosto. O evento reuniu representantes de instituições de ensino, sociedades científicas e órgãos reguladores para discutir soluções urgentes para a formação médica, enfatizando a necessidade de uma educação de qualidade.

Atualmente, o Brasil possui mais de trezentos e noventa cursos de medicina, um número superior ao de países como Estados Unidos e China. No entanto, essa expansão não se reflete em melhorias nos indicadores de saúde. Alcindo alertou que, apesar do aumento no número de médicos, a qualidade do atendimento não tem acompanhado esse crescimento, defendendo critérios rigorosos para a abertura de novos cursos e a supervisão qualificada das instituições.

A professora Lydia Masako Ferreira, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, enfatizou a importância da pesquisa na formação médica, afirmando que "ensinar sem pesquisa é ensinar a repetir". Ela argumentou que a pesquisa é fundamental para a construção do conhecimento e para a prestação de serviços de saúde adequados à comunidade. A professora Eliana Martorano Amaral, da Universidade Estadual de Campinas, complementou que competências como empatia e comunicação são essenciais para um atendimento humanizado e devem ser apoiadas pelas instituições de ensino.

O conselheiro federal do CFM, Eduardo Jorge da Fonseca Lima, destacou a necessidade de alinhar a teoria à prática, especialmente na atenção primária à saúde. Ele defendeu que a formação médica deve priorizar a capacitação para atuar em áreas críticas, como saúde materno-infantil. O professor Renato Soleiman Franco, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, ressaltou a simulação realística como uma ferramenta eficaz para preparar os estudantes para situações reais de atendimento.

O secretário executivo da Comissão Nacional de Residência Médica, Rodrigo Cariri Charlerge de Almeida, propôs a criação de um sistema robusto de avaliação para garantir a qualidade da residência médica. Ele alertou que a expansão desordenada de vagas, especialmente no setor privado, pode comprometer a formação dos médicos. A Dra. Rosana Leite Melo, da Comissão de Ensino Médico do CFM, reforçou que a residência deve ser uma etapa de especialização significativa, e não apenas um rito burocrático.

Ao final do Fórum, foi aprovada a Carta de Brasília, que estabelece diretrizes para a formação médica no país. Entre os principais pontos, destaca-se a exigência de um Exame Nacional de Proficiência Médica e a defesa da residência como etapa essencial de especialização. Essa iniciativa representa um chamado à ação por uma medicina de excelência, centrada no paciente e na ciência. A união da sociedade civil pode ser fundamental para garantir que essas diretrizes sejam implementadas e que a formação médica no Brasil atenda aos padrões necessários.

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