Brasil se destaca na COP-30 com soluções em biocombustíveis, mas precisa comunicar sua liderança global. Especialistas discutem adaptações climáticas e papel do setor privado no evento em Belém.

O Brasil se prepara para a COP-30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA), com uma agenda repleta de oportunidades e desafios. Durante o Estadão Summit ESG 2025, especialistas discutiram a importância do país no setor de biocombustíveis, destacando o etanol consolidado, o biodiesel em expansão e novas alternativas como biogás, biometano, combustível sustentável de aviação (SAF) e hidrogênio verde. Renata Piazzon, diretora executiva do Instituto Arapyaú, enfatizou que o Brasil deve comunicar suas soluções climáticas ao mundo.
Segundo Piazzon, o país ainda não consegue projetar sua liderança globalmente. Ela afirmou que é essencial traduzir e comunicar as soluções já disponíveis, posicionando o Brasil como um hub climático. A COP-30 representa uma oportunidade para consolidar esse protagonismo e fortalecer a imagem brasileira, abandonando a chamada "síndrome do vira-lata". O setor filantrópico pode contribuir, apoiando a escalabilidade das iniciativas por meio de financiamentos híbridos.
Stela Herschmann, especialista em política climática do Observatório do Clima, destacou três prioridades definidas para a conferência. A primeira é a adaptação às mudanças climáticas, que requer a definição de indicadores. A segunda prioridade envolve o diálogo entre países sobre a implementação do balanço global aprovado em 2023, que avaliou os avanços em relação ao Acordo de Paris. A terceira prioridade é a transição justa, com foco na justiça social nas decisões sobre transformações climáticas.
Herschmann também mencionou que a realização da COP-30 na Amazônia inevitavelmente trará à tona discussões sobre floresta, biodiversidade e povos da floresta, mesmo que esses temas não estejam formalmente na agenda. O financiamento climático, legado complexo da COP-29, também será um tema central. A presença de debates sobre esses assuntos é crucial para o futuro das políticas climáticas.
Paulo Pianez, diretor global de sustentabilidade da Marfrig e BRF, ressaltou o papel essencial do setor privado no enfrentamento das mudanças climáticas. Ele destacou que mais de setenta por cento das emissões no Brasil estão relacionadas à agroindústria, especialmente no uso da terra. Pianez afirmou que é possível conciliar produção e conservação, citando exemplos de empresas que conseguiram dobrar a produção em áreas menores por meio da recuperação de terras degradadas.
Essas discussões são fundamentais para moldar o futuro do Brasil em relação às mudanças climáticas. A união da sociedade civil pode ser um motor para impulsionar iniciativas que promovam a sustentabilidade e a justiça social. Projetos que visem apoiar essas causas devem ser estimulados, pois podem fazer a diferença na construção de um futuro mais sustentável e justo para todos.

Estudo da Universidade Estadual Paulista revela que juvenis de tambaqui utilizam carboidratos como fonte de energia, permitindo rações com menos proteína e custos reduzidos. A pesquisa, coordenada por Leonardo Takahashi, abre novas possibilidades para a aquicultura sustentável.

Estudo revela que mudanças climáticas podem levar à extinção de 500 espécies de aves em um século, mas programas de recuperação podem salvar 68% da biodiversidade global. Ações urgentes são necessárias.

Isabel Schmidt, da Universidade de Brasília, enfatiza a relevância da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que completa um ano e exige regulamentação estadual em até dois anos. A iniciativa visa transformar o fogo em uma ferramenta de conservação, promovendo ações conjuntas entre os entes federativos para combater incêndios florestais e proteger o Cerrado.

O Brasil lançou a Coalização Global para o Planejamento Energético, visando compartilhar experiências e atrair investimentos em energias renováveis para países em desenvolvimento. A iniciativa, que ocorreu na sede do BNDES, reúne representantes de várias nações e instituições financeiras, destacando a expertise brasileira em planejamento energético. A transição energética é considerada um desafio crucial, especialmente com a COP30 se aproximando.
Estudo recente aponta que a taxa de extinção de espécies aumentou drasticamente nos últimos cinco anos, evidenciando que o aquecimento global acelera esse processo alarmante.

Brasil investe R$ 150 milhões para restaurar florestas e mitigar emissões de carbono, com foco em reflorestamento e recuperação de áreas degradadas até 2030. A meta é restaurar 12 milhões de hectares, essencial para a economia de baixo carbono.