Miriam Alves, Cuti e Oswaldo de Camargo, ícones da literatura afro-brasileira, se reunirão no festival Poesia no Centro para discutir a relevância dos "Cadernos Negros" e a luta racial na literatura.

Os "Cadernos Negros", lançados em mil novecentos e setenta e oito, são uma coletânea que visa dar visibilidade à literatura negra no Brasil. A iniciativa surgiu em um contexto em que autores pretos e pardos enfrentavam grandes dificuldades para publicar suas obras. Com a participação de escritores como Miriam Alves, Cuti e Oswaldo de Camargo, a série, que já conta com 45 volumes, continua a apresentar anualmente novos talentos da literatura afro-brasileira.
Os três escritores se reunirão no festival Poesia no Centro, que ocorrerá de dezesseis a dezoito de maio, no Teatro Cultura Artística, em São Paulo. O evento, promovido pela livraria Megafauna, destaca a importância histórica dos "Cadernos Negros" e a necessidade de manter o debate racial na literatura. Miriam Alves enfatiza que não se pode falar de literatura brasileira sem incluir a contribuição dos autores negros.
O ano de lançamento da primeira edição dos "Cadernos Negros" coincide com a criação do Movimento Negro Unificado (MNU), que mobilizou centenas de ativistas em busca de direitos para a população negra. Os autores ressaltam que a coletânea reflete a efervescência política e social da época, desafiando a ideia de que "negro não escreve, negro não lê".
Cuti, um dos fundadores da coletânea, explica que o nome "Cadernos Negros" foi inspirado nos cadernos da escritora Carolina Maria de Jesus, mas também representa um espaço livre para a expressão literária. Ele e Oswaldo de Camargo participaram de rodas de conversa que fomentaram a literatura afro-brasileira, contribuindo para a criação do Quilombhoje, responsável pela publicação da série.
Entre os autores revelados pela coletânea está Conceição Evaristo, que teve seus primeiros textos publicados nos "Cadernos Negros" na década de noventa. Oswaldo de Camargo, que já tinha obras publicadas antes da antologia, destaca a importância de se afirmar como negro na literatura, um desafio que persiste até hoje. Para ele, a experiência de conviver com outras gerações de escritores afro-brasileiros foi fundamental.
Os três escritores concordam que a coletividade é um aspecto essencial do trabalho realizado pela série. Miriam Alves menciona a importância de manter o debate racial vivo e expressa a necessidade de novas gerações se engajarem nas discussões. Em tempos em que a literatura negra ainda enfrenta desafios, a união e o apoio à produção cultural são fundamentais para garantir que vozes diversas continuem a ser ouvidas e valorizadas.

Exposição Povos da Terra, na Pinacoteca de Mauá, de 6 de abril a 18 de maio, valoriza a cultura indígena com curadoria de Luciana Senhorelli e Reginaldo Moura, destacando etnias como Yanomamis e Guaranis.

- A exposição "Nus" revelará desenhos inéditos de Carlos Scliar, focando em nus. - O evento "Scliarizando" ocorrerá de 20 a 22 de fevereiro, em Cabo Frio. - Atividades do evento incluem música, oficinas e mesas de conversa sobre diversidade. - Scliar, ativo no século XX, foi um defensor de causas sociais e culturais. - A mostra visa dar visibilidade ao movimento LGBTQIAPN+ e suas questões.

Sindicato Rural de Imperatriz busca captar R$ 900.900 via Lei Rouanet para a Exposição Agropecuária, após polêmica com João Gomes em 2022. A iniciativa visa fortalecer a cultura local.

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal lançou edital para Organizações da Sociedade Civil participarem do Dia Mundial da Diversidade Cultural. Inscrições até 3 de maio.

Aracaju oferece uma rica programação cultural gratuita, destacando museus, arte urbana e eventos ao ar livre, promovendo interação e valorização local. A Catraca Livre destaca opções que agradam a todos.

Vândalos tentaram furtar as esculturas de bronze do Chafariz dos Jacarés, no Rio, causando danos ao monumento. As peças serão retiradas para proteção, enquanto a prefeitura planeja reparos na estrutura.