Avanços na oncologia, apresentados na Asco, incluem tratamentos precoces com biópsia líquida e novas drogas para câncer de mama, prometendo maior eficácia e controle da doença. Acesso a essas inovações ainda é um desafio no Brasil.
O câncer de mama continua a ser a principal causa de morte entre mulheres no Brasil e no mundo, com a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrando cerca de 2,3 milhões de novos casos anualmente. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê mais de 73 mil diagnósticos no Brasil até 2025. Apesar dos avanços nos tratamentos, mais de 15 mil brasileiras perdem a vida anualmente devido a essa doença. O tratamento envolve cirurgia, radioterapia e terapia sistêmica, sendo a cirurgia fundamental para a cura na maioria dos casos.
O câncer de mama é classificado em três subgrupos principais: tumores com receptores hormonais positivos (ER+), HER2 positivo e triplo negativos. Nos estágios avançados, a possibilidade de cura diminui significativamente. Recentemente, inovações na oncologia foram apresentadas na Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), destacando tratamentos mais personalizados e novas drogas que melhoram o controle da doença e reduzem efeitos colaterais.
Um dos estudos mais relevantes foi o ensaio clínico SERENA-6, que utilizou biópsia líquida para monitorar mutações no gene ESR1, indicando resistência ao tratamento hormonal. As pacientes que mudaram de medicação antes da progressão da doença mantiveram a doença controlada por uma média de 16 meses, em comparação a 9,2 meses no grupo que seguiu o tratamento tradicional. Essa abordagem pode revolucionar a forma como o câncer de mama é tratado.
Outro estudo focou na nova droga oral vepdegestrant, que destrói o receptor de estrogênio dentro da célula, em vez de apenas bloqueá-lo. Os resultados mostraram que as pacientes que usaram essa nova medicação conseguiram controlar a doença por cinco meses, em média, superando os 2,1 meses do tratamento padrão. Essa inovação representa um avanço significativo no combate à resistência hormonal.
Além disso, a pesquisa sobre anticorpos droga-conjugados (ADCs) para o câncer de mama HER2 positivo metastático mostrou resultados promissores. O estudo revelou que a combinação do trastuzumabe deruxtecano com o pertuzumabe reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 44%. Essa estratégia de direcionar a quimioterapia para as células doentes promete melhorar a eficácia do tratamento e a qualidade de vida das pacientes.
Apesar das inovações, o acesso a novos tratamentos ainda é um desafio no Brasil. Muitos medicamentos, mesmo aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), demoram a chegar à população. A realidade é que cerca de 70% dos pacientes oncológicos dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). A união da sociedade civil pode ser crucial para garantir que mais mulheres tenham acesso a esses tratamentos inovadores e, assim, aumentar as taxas de cura do câncer de mama.
Suplementação diária com multivitamínicos pode retardar o envelhecimento cerebral em idosos, segundo três estudos com mais de 5.000 participantes, revelando benefícios cognitivos significativos.
A Secretaria de Estado de Saúde alerta sobre 7.666 vagas de mamografia não utilizadas. Apenas 1.061 exames foram agendados entre janeiro e março, evidenciando a necessidade de conscientização das mulheres a partir dos 50 anos para a realização do exame.
Pesquisadores da UFMG e UFLA criaram um curativo inovador a partir de resíduos pesqueiros, prometendo acelerar a cicatrização e reduzir custos no SUS. A tecnologia visa substituir bandagens importadas e minimizar a dor no tratamento de feridas graves.
Entre 14 e 25 de abril, escolas públicas atualizarão a caderneta de vacinação de 27,8 milhões de alunos, visando vacinar 90% dos estudantes menores de 15 anos. O Ministério da Saúde investiu R$ 150 milhões.
A infecção por HIV pode apresentar sintomas gripais iniciais, como febre e erupções cutâneas, exigindo diagnóstico rápido. O Brasil oferece tratamento antirretroviral e PrEP, aumentando a prevenção e controle da doença.
O uso inadequado de antibióticos pode levar a um aumento alarmante da resistência bacteriana, com previsões de até 40 milhões de mortes até 2050. O Brasil registrou 85.718 amostras de bactérias resistentes em 2022.