Educação

Cerca de 40% dos pais acreditam que crianças passam tempo excessivo em telas, revela pesquisa da Datafolha

Pesquisa do Datafolha revela que 40% dos responsáveis acreditam que crianças até 6 anos passam tempo excessivo em telas, enquanto 84% não reconhecem a importância da primeira infância. A pesquisa destaca a necessidade de conscientização sobre o desenvolvimento infantil e os riscos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos.

Atualizado em
August 4, 2025
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Crianças de 0 a 6 anos passam 2 a 3 horas por dia em frente a telas - Mirko Sajkov - 23.ago.23 /Pixabay

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, revelou que quarenta por cento dos responsáveis acreditam que crianças de até seis anos passam tempo excessivo em dispositivos eletrônicos. O levantamento, que ouviu duas mil duzentas e seis pessoas em todo o Brasil entre os dias oito e dez de abril, mostra que a média de exposição das crianças a telas é de duas a três horas diárias. A pesquisa também indica que setenta e oito por cento das crianças de até três anos e noventa e quatro por cento das entre quatro e seis anos têm esse tipo de exposição diariamente.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças de dois a cinco anos tenham um limite de até uma hora por dia em frente a telas, enquanto crianças menores de dois anos não devem ter contato com dispositivos eletrônicos. A pesquisa aponta que cinquenta e seis por cento dos responsáveis acreditam que o uso excessivo de telas pode prejudicar a saúde das crianças, e quarenta e dois por cento afirmam que isso limita a socialização. A exposição prolongada a telas está associada a menos interação familiar e maior risco de problemas de saúde mental.

Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, destaca a incoerência entre o reconhecimento dos malefícios do uso excessivo de telas e a realidade enfrentada por muitas famílias. Ela menciona que, para mães em situação de vulnerabilidade econômica, as telas podem ser uma ferramenta necessária para facilitar a rotina. Luz enfatiza a importância de um suporte coletivo, onde a responsabilidade pela criança não recai apenas sobre a mãe, mas envolve a família, o estado e a sociedade.

Além disso, a pesquisa revelou que vinte e nove por cento dos responsáveis admitem o uso de práticas violentas, como palmadas, em crianças de até três anos. Dentre esses, apenas dezessete por cento acreditam que tais práticas são eficazes. Estudos mostram que a violência impacta negativamente o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Luz ressalta a necessidade de um processo educativo que aborde as questões culturais e contextuais que levam à adoção de tais práticas.

Apesar da relevância da primeira infância para o desenvolvimento humano, oitenta e quatro por cento dos entrevistados não consideram esses anos iniciais como fundamentais. Quarenta e um por cento acreditam que o maior pico de desenvolvimento ocorre a partir dos dezoito anos. A pesquisa também revelou que quarenta e dois por cento dos brasileiros desconhecem o conceito de "primeira infância", e apenas dois por cento identificaram corretamente a faixa etária de zero a seis anos.

Com a assinatura do decreto que institui a Política Nacional Integrada para Primeira Infância (PNIPI) em 2024, o governo busca implementar diretrizes para o desenvolvimento infantil. A falta de conhecimento sobre a importância da primeira infância pode ser um obstáculo para a redução das desigualdades sociais. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos, promovendo iniciativas que apoiem o desenvolvimento saudável das crianças e a conscientização sobre a importância dessa fase crucial da vida.

Folha de São Paulo
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