Impacto Social

Cresce a preocupação com cursos de formação de terapeutas sem qualificação no Brasil em meio à crise de saúde mental

Cresce a preocupação com cursos de baixa qualificação para formação de terapeutas no Brasil, em meio ao aumento de doenças mentais e à proposta de regulamentação da prática terapêutica. Profissionais alertam para os riscos de atendimentos inadequados.

Atualizado em
May 8, 2025
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Clínica em faculdade de Psicologia: procura por formação aumentou ao mesmo tempo em que se ampliou crise de saúde mental no país — Foto: Universidade Federal do Ceará

A proliferação de cursos de baixa qualificação para a formação de terapeutas no Brasil tem gerado preocupações entre profissionais da psicologia. Esses cursos, frequentemente oferecidos online e em redes sociais, têm duração reduzida e não exigem formação superior. Muitos deles prometem que os alunos estarão prontos para atender pacientes após a conclusão, o que pode levar a atendimentos inadequados e prejudiciais.

O Brasil enfrenta um aumento alarmante de doenças mentais, como ansiedade e depressão, ao mesmo tempo em que o número de alunos em cursos de Psicologia cresce. Dados do Censo do Ensino Superior mostram que as matrículas na área aumentaram cerca de noventa por cento nos últimos dez anos. Essa situação é preocupante, pois muitos que buscam ajuda podem acabar recebendo conselhos não baseados em evidências, o que pode agravar seus problemas.

Héder Bello, psicólogo clínico, destaca que esses cursos enganam as pessoas que buscam atendimento qualificado. Ele alerta que, em alguns casos, os alunos são expostos a práticas como "cura gay", disfarçadas de psicoterapia. Um exemplo é um curso que cobra apenas R$ 50,00 pelo diploma após doze aulas gratuitas, prometendo que o aluno pode estar preparado para atender ao final do curso.

O aumento da demanda por terapia, especialmente após a pandemia, é evidente. O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, afirma que a ampliação da percepção da população sobre saúde mental justifica a formação de mais profissionais. Contudo, a falta de regulamentação permite que pessoas sem formação superior ofereçam terapia, desde que não se apresentem como psicólogos ou psiquiatras.

Atualmente, tramita no Senado uma proposta para que apenas psicólogos e psiquiatras possam oferecer serviços terapêuticos. Bello ressalta que a graduação em Psicologia garante uma formação mínima necessária para a prática. No entanto, há divergências sobre a regulamentação, pois algumas abordagens terapêuticas, como a psicanálise, não exigem formação acadêmica específica, mas sim ética e domínio técnico.

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) está ouvindo profissionais e interessados sobre a proposta de regulamentação. Ela enfatiza a importância de discutir a saúde mental e a formação dos profissionais. Em um cenário de crescente demanda por terapia, a união da sociedade pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a formação de profissionais qualificados e a segurança dos pacientes.

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