Cruzada São Sebastião, no Leblon, enfrenta estigmatização e gentrificação, mas se reinventa com educação e cultura, preservando sua identidade e vínculos comunitários. Moradores buscam dignidade e valorização.

Inaugurada em mil novecentos e cinquenta e cinco, a Cruzada São Sebastião é um conjunto habitacional localizado no Leblon, Rio de Janeiro. Criado para abrigar moradores da extinta favela Praia do Pinto, o espaço se tornou um símbolo de dignidade e comunidade urbana. Atualmente, a Cruzada enfrenta desafios como a gentrificação e a estigmatização, mas se reinventa através do aumento da educação e da autoestima dos moradores, preservando sua identidade cultural.
Com dez prédios de sete andares, a Cruzada abriga cerca de cinco mil habitantes, sendo que a maioria não é mais oriunda da favela. Joel Luís Nonato, presidente da Associação de Moradores e residente desde a inauguração, destaca a transformação do local: “Viemos remanejados de barracos sem saneamento. Foi maravilhoso a gente se deparar com água dentro de casa.” A professora Soraya Simões, do Instituto de Planejamento Urbano e Regional (IPPUR - UFRJ), ressalta que a Cruzada sempre foi um conjunto habitacional, apesar da percepção negativa de muitos moradores do Leblon.
A proposta inicial da Cruzada, idealizada por Dom Helder Câmara, visava oferecer dignidade e formar uma nova comunidade urbana, mas desde o início, o espaço é alvo de disputas sociais. Moradores que não foram selecionados para o novo conjunto foram deslocados para áreas distantes, enquanto a Cruzada se tornou um símbolo de superação da luta de classes. Apesar do preconceito, Joel observa que a comunidade se fortaleceu, com um aumento no nível educacional e a presença de profissionais qualificados.
Nos últimos anos, a região do Leblon passou por um boom imobiliário, impulsionado pela chegada do metrô e pela revitalização de áreas públicas. Soraya alerta que a regularização fundiária pode prejudicar a permanência dos moradores de baixa renda, enquanto Joel vê benefícios na valorização do espaço, como a geração de empregos e parcerias que promovem educação e cultura. Os aluguéis na Cruzada variam entre R$ 1.200,00 e R$ 3.000,00, refletindo a nova dinâmica do mercado.
A identidade cultural da Cruzada é mantida através de eventos como feiras gastronômicas e festivais de música. Joel enfatiza a importância de preservar as raízes do território, enquanto Soraya destaca a vitalidade da comunidade, que se manifesta em coletivos e atividades culturais. A Cruzada também foi palco de eventos significativos, como a primeira Parada LGBT do Leblon e exposições que celebram a história local.
O futuro da Cruzada depende da preservação de sua memória e dos vínculos comunitários. Soraya conclui que é fundamental que os moradores não se esqueçam das lutas que garantiram a existência do conjunto. Em tempos de transformação, a união da comunidade pode fazer a diferença, garantindo que a Cruzada continue a ser um espaço de resistência e cultura, promovendo iniciativas que valorizem sua história e seus habitantes.

A Ade Sampa oferece 900 vagas para o curso gratuito Fábrica de Negócios, com inscrições abertas de 22 de abril a 18 de maio, visando capacitar empreendedores em São Paulo. O curso inclui aulas práticas e uma masterclass para mulheres, promovendo o empreendedorismo feminino.

Instituto Querô transforma a vida de jovens da Baixada Santista com oficinas de cinema, capacitando mais de 12 mil alunos e produzindo 500 filmes, além de conquistar 120 prêmios. A ONG promove inclusão e representatividade no audiovisual.

Foi iniciado o Agosto Lilás com o ato simbólico das obras da Casa da Mulher Brasileira no Rio, que contará com R$ 28,5 milhões para oferecer serviços essenciais de proteção às mulheres em situação de violência.

Mulheres como Carola Matarazzo, Geyze Diniz e Cristiane Sultani estão transformando a filantropia no Brasil, promovendo práticas estratégicas e focadas em soluções estruturais, especialmente no combate à fome.

Pesquisadores da Unicamp e UFRGS identificam a dinapenia infantil, caracterizada pela perda de força muscular em crianças, agravada pelo sedentarismo e uso excessivo de telas. A situação é alarmante, pois pode levar a problemas de saúde antes restritos a adultos.

Professora da USP, Nadya Araújo Guimarães, destaca a urgência de políticas que protejam cuidadores no Brasil, especialmente mulheres negras, em colóquio sobre a "crise do cuidado".