Meio Ambiente

Desmatamento na Amazônia cresce 4%, mas registra a segunda menor taxa desde 2016 com ações de fiscalização eficazes

O desmatamento na Amazônia cresceu 4% entre agosto de 2024 e julho de 2025, mas é o segundo menor índice desde 2016, refletindo ações do governo Lula e desafios como a seca extrema. O Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) aponta que, apesar do aumento, a redução do desmatamento é possível com políticas eficazes. O Ibama embargou 5 mil propriedades, resultando em uma queda de 21% no desmatamento no Pará.

Atualizado em
August 7, 2025
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Devastação continua, mas em menor escala (Marcos Amend/Greenpeace/Reprodução)

A Amazônia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, abriga quarenta mil espécies de plantas e trinta milhões de animais, ocupando quarenta por cento do território brasileiro. Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados alarmantes sobre o desmatamento na região. Entre agosto de dois mil e vinte e quatro e julho de dois mil e vinte e cinco, houve um aumento de quatro por cento nas áreas desmatadas, o que equivale à destruição de três cidades de São Paulo. Apesar disso, essa taxa representa o segundo menor índice desde o início das medições em dois mil e dezesseis.

O governo Lula tem implementado medidas para conter a devastação, resultando na interrupção do ciclo de queda do desmatamento. Essa mudança de tendência é atribuída, em parte, à seca extrema do ano anterior, que provocou queimadas em larga escala. O Inpe utiliza dois sistemas para monitorar a floresta: o Sistema de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que gera alertas diários, e o Prodes, que calcula a taxa de destruição com imagens de satélite.

Com base nos dados do Prodes, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificou um aumento no desmatamento na região do Pará, levando a ações que resultaram no embargo de cinco mil propriedades agrícolas, correspondendo a setenta mil hectares. Essas medidas cautelares suspenderam as atividades das fazendas, retiraram o gado e impediram os proprietários de acessarem linhas de crédito. Como resultado, o estado registrou uma redução de vinte e um por cento no desmatamento, mesmo diante da resistência do governador Helder Barbalho em relação à fiscalização do Ibama.

A especialista em conservação do WWF-Brasil, Ana Crisostomo, destaca que a redução do desmatamento nos últimos anos demonstra que políticas públicas e fiscalização podem avançar. No entanto, ela alerta para a necessidade de vigilância constante, especialmente em relação a retrocessos, como a nova lei de licenciamento ambiental aprovada pelo Senado em julho, que aguarda sanção presidencial.

Os dados recentes sobre o desmatamento na Amazônia revelam um cenário complexo, onde, apesar de avanços, os desafios permanecem. A luta pela preservação da floresta é uma responsabilidade coletiva que exige a mobilização da sociedade civil. A conscientização sobre a importância da Amazônia e a necessidade de ações efetivas para sua proteção são fundamentais.

Nesta situação, a união da sociedade pode fazer a diferença. Projetos que visam a recuperação e preservação da Amazônia precisam do apoio de todos. Cada contribuição pode ajudar a garantir um futuro mais sustentável para essa rica região e suas comunidades.

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