Travis Hunter, do MIT, alerta sobre a desconexão entre governo, universidades e startups no Brasil, um obstáculo à descarbonização. Parcerias estratégicas são essenciais para potencializar inovações verdes.
O Brasil, reconhecido por sua matriz energética renovável, enfrenta um desafio estrutural que pode comprometer sua liderança na transição energética global. Travis Hunter, Diretor do Programa de Aceleração de Empreendedorismo Regional do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), destacou em entrevista à EXAME durante o Energy Summit no Rio de Janeiro que a desconexão entre governo, universidades, startups e grandes empresas é um dos principais obstáculos para a descarbonização no país.
Hunter afirmou que a falta de integração entre a comunidade empreendedora e outros stakeholders essenciais resulta em um "desperdício do potencial brasileiro". Ele enfatizou que o empreendedorismo e a inovação são fundamentais para a transição energética e que as startups precisam de mais apoio do ecossistema para prosperar.
O evento, que ocorre em um ano marcado pela Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) em Belém do Pará, busca promover discussões sobre como o Brasil pode se beneficiar da experiência de outros países com ecossistemas integrados. A mensagem do MIT é clara: o Brasil deve aprimorar suas conexões existentes em vez de tentar criar novas soluções do zero.
Com uma matriz elétrica composta por quase noventa por cento de fontes renováveis, como hidrelétricas, energia eólica e solar, o Brasil tem investido em descarbonização e novas tecnologias. Entre as tendências atuais estão o armazenamento de energia em baterias, hidrogênio verde e eletrificação, que necessitam de escala e apoio financeiro para se desenvolverem.
Hunter também ressaltou que o gargalo não se resume à falta de recursos ou subsídios governamentais. As startups brasileiras enfrentam dificuldades para acessar oportunidades de colaboração com grandes corporações e universidades. Ele defendeu a importância de parcerias estratégicas, destacando que as maiores empresas já foram pequenas e que a agilidade das startups pode ser um diferencial positivo.
Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, complementou que as discussões sobre energia devem se concentrar em quatro pilares: descarbonização, digitalização, democratização e descentralização. Ele acredita que a democratização da energia é crucial para gerar emprego e desenvolvimento. Em um cenário onde muitas soluções verdes estão disponíveis, a união da sociedade civil pode ser fundamental para impulsionar esses projetos e garantir um futuro mais sustentável.
O ano de 2024 registrou a temperatura média da Terra acima de 1,5°C, superando as previsões do Acordo de Paris. O documentário "Sem Retorno" destaca a urgência de zerar emissões de carbono até 2040 para evitar catástrofes.
Estudo revela a presença do mexilhão-verde (Perna viridis) em 41 locais da costa brasileira, incluindo áreas de conservação, exigindo ações urgentes de manejo e monitoramento. Pesquisadores alertam para os riscos à biodiversidade.
Quatro araras-canindé foram reintroduzidas no Parque Nacional da Tijuca, após 200 anos de extinção na região. O projeto, apoiado pelo ICMBio, visa a adaptação das aves antes da soltura completa em seis meses.
Projetos de Intemperismo Aprimorado de Rochas (ERW) estão em expansão global, com destaque para um no Brasil que gerou créditos de carbono, enquanto o Google firmou um acordo para remover 200.000 toneladas de carbono.
A pesquisa Datafolha de abril de 2025 revela que 9% dos brasileiros não acreditam nos riscos das mudanças climáticas, um aumento em relação ao ano anterior. Apesar disso, 58% valorizam a atuação de organizações ambientais, especialmente entre os jovens.
O Senado aprovou o PL 2.159/2021, que facilita licenças ambientais, gerando críticas por potencializar a degradação e isentar atividades de licenciamento. A Câmara deve corrigir os erros do projeto.