Saúde e Ciência

Estudo revela perfis metabólicos que podem ajudar a entender e prevenir a pré-eclâmpsia em gestantes

Estudo revela 19 metabólitos no sangue de gestantes com pré-eclâmpsia, indicando variações conforme a gravidade da condição. Pesquisadores buscam entender danos a órgãos e desenvolver intervenções farmacológicas.

Atualizado em
April 29, 2025
Clock Icon
3
min
Foram coletadas amostras de sangue das voluntárias com o intuito de avaliar os metabólitos presentes (foto: Freepik*)

A pré-eclâmpsia é uma complicação grave da gravidez, caracterizada por hipertensão arterial e danos a órgãos, sendo a principal causa de mortalidade materno-fetal no Brasil e a segunda no mundo. Um estudo recente publicado na revista PLOS ONE revelou que o perfil metabólico no sangue de gestantes com pré-eclâmpsia varia conforme a gravidade da condição, o que pode contribuir para a prevenção e tratamento da doença.

A pesquisa, realizada por um grupo de cientistas brasileiros, envolveu cento e setenta e três gestantes divididas em quatro categorias: saudáveis, com hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e pré-eclâmpsia com sinais de gravidade. Os pesquisadores coletaram amostras de sangue para analisar os metabólitos, que são substâncias resultantes de processos metabólicos no organismo.

Valeria Cristina Sandrim, professora do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp) e coordenadora do estudo, destacou que as alterações metabólicas observadas podem ser correlacionadas com variáveis clínicas. Isso abre novas possibilidades para entender melhor a pré-eclâmpsia e os danos que ela causa aos órgãos.

O estudo utilizou a técnica de espectroscopia por ressonância magnética nuclear de hidrogênio, que permite uma análise abrangente dos compostos presentes no metabolismo sem alterar as amostras. Foram identificados dezenove metabólitos, com onze deles apresentando diferenças significativas entre os grupos analisados. O aumento de substâncias como acetato, N,N-dimetilglicina, glutamina, alanina e valina foi observado nas gestantes com pré-eclâmpsia severa.

Além disso, a pesquisa indicou que níveis elevados de certos metabólitos estão associados a piores resultados obstétricos e comprometimento da função renal e hepática. Os pesquisadores pretendem investigar, em uma próxima fase, as vias metabólicas alteradas e possíveis intervenções farmacológicas que possam reverter o quadro da doença.

Os resultados desse estudo podem ser fundamentais para o desenvolvimento de biomarcadores que ajudem a prever o risco de pré-eclâmpsia em gestantes. A identificação precoce de alterações metabólicas pode permitir um monitoramento mais eficaz das mulheres em risco, contribuindo para melhores cuidados durante a gravidez. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos, promovendo iniciativas que visem apoiar a saúde materna e a pesquisa nessa área.

Agência FAPESP
Quero ajudar

Leia mais

Tireoidite de Hashimoto: entenda os sintomas e a importância do tratamento para a qualidade de vida
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Tireoidite de Hashimoto: entenda os sintomas e a importância do tratamento para a qualidade de vida
News Card

A tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que causa hipotireoidismo, é frequentemente subdiagnosticada, especialmente em mulheres de 30 a 50 anos. O tratamento com levotiroxina melhora a qualidade de vida.

GDF avança na oncologia com habilitação de radioterapia e novos leitos de UTI no Hospital Regional de Taguatinga
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
GDF avança na oncologia com habilitação de radioterapia e novos leitos de UTI no Hospital Regional de Taguatinga
News Card

O Governo do Distrito Federal habilitou serviços de radioterapia e ampliou leitos de UTI no Hospital Regional de Taguatinga, aumentando a capacidade de atendimento mensal para mais de 2 mil pacientes. Essa ação, parte do programa "Agora tem Especialistas", visa acelerar o tratamento oncológico no SUS e reduzir o tempo de espera.

Aumento de ataques de abelhas africanizadas revela grave problema de saúde pública no Brasil
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Aumento de ataques de abelhas africanizadas revela grave problema de saúde pública no Brasil
News Card

Entre 2021 e 2024, os ataques de abelhas africanizadas aumentaram 83%, resultando em 125 mortes. Pesquisadores da Unesp alertam para a falta de antídoto, destacando o desenvolvimento do primeiro soro antiapílico.

Ação de imunização em Brasília oferece vacinas contra diversas doenças em 50 locais neste sábado
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Ação de imunização em Brasília oferece vacinas contra diversas doenças em 50 locais neste sábado
News Card

Neste sábado (18/7), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal realizará uma grande ação de vacinação em cinquenta locais, abrangendo todas as idades. Serão oferecidas vacinas contra dengue, covid-19, febre amarela, meningite, gripe e HPV. É imprescindível apresentar documento de identificação e caderneta de vacinação. Caso o documento tenha sido perdido, o histórico de vacinas pode ser recuperado na sala de vacinação anterior. A imunização é crucial para a saúde pública e visa aumentar a cobertura vacinal da população.

Segundas-feiras elevam risco de infarto; estudo aponta aumento de 13% em ataques cardíacos no início da semana
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Segundas-feiras elevam risco de infarto; estudo aponta aumento de 13% em ataques cardíacos no início da semana
News Card

Estudo irlandês aponta que o risco de infarto agudo do miocárdio aumenta em 13% nas segundas-feiras, refletindo preocupante crescimento de internações no Brasil, que subiram mais de 25% entre 2016 e 2022.

Laser combate hipertensão em ratas ovariectomizadas e pode beneficiar mulheres na menopausa
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Laser combate hipertensão em ratas ovariectomizadas e pode beneficiar mulheres na menopausa
News Card

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) descobriram que a fotobiomodulação com laser vermelho pode reduzir a pressão arterial em ratas ovariectomizadas, sugerindo benefícios para mulheres na menopausa. O estudo, que envolveu 26 ratas, mostrou que a técnica melhora a função endotelial e aumenta a liberação de óxido nítrico, um importante vasodilatador. Os resultados preliminares de uma pesquisa clínica com mulheres na menopausa são promissores e indicam melhorias nos sintomas cardiovasculares.