Impacto Social

Furto de sinos históricos do Museu do Trem revela descaso com patrimônio ferroviário no Rio de Janeiro

Em 2022, 16 sinos de bronze do Museu do Trem no Rio de Janeiro foram furtados, e a investigação da Polícia Federal não encontrou arrombamento. O caso foi arquivado pelo Ministério Público Federal. O Iphan enfrenta processos administrativos e a reabertura do museu permanece incerta, enquanto o acervo continua vulnerável. A situação do patrimônio ferroviário é alarmante, com a perda cultural estimada em R$ 240 mil.

Atualizado em
July 20, 2025
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Museu do Trem está fechado desde 2019 e teve sinos da época do império roubados em 2022 — Foto: Júlia Aguiar/ O Globo

Uma atualização realizada em 2025 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) revelou novos detalhes sobre o furto de 16 sinos de bronze do Museu do Trem, no Rio de Janeiro. O crime ocorreu em agosto de 2022, quando as peças, fabricadas entre o final do século 19 e o início do século 20, foram levadas e substituídas por réplicas de gesso. O museu, que está fechado desde 2017, possui vigilância armada, mas a investigação da Polícia Federal (PF) não encontrou sinais de arrombamento.

Os sinos, que pesavam entre cinco e oito quilos e tinham cerca de 40 centímetros de altura, eram parte de uma coleção tombada pelo patrimônio histórico. O furto foi descoberto por um funcionário que, ao limpar o local, notou a substituição das peças. Além dos sinos, uma bobina de um carro dos bombeiros também desapareceu. Um relatório indicou que a perda cultural é inestimável, com um prejuízo estimado em R$ 240 mil.

Agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF tentaram localizar os sinos em casas de leilão, mas exames periciais descartaram que fossem os originais. A perícia papiloscópica realizada no local também não encontrou digitais dos criminosos. O museu não possuía circuito de segurança, o que dificultou as investigações. Sem pistas concretas, o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar o caso.

Em decorrência do furto, o Iphan abriu um processo administrativo contra a empresa de vigilância responsável na época, resultando em uma multa de R$ 33 mil e um pedido de ressarcimento de R$ 240 mil. A empresa recorreu, e o caso ainda está sendo discutido na Justiça. Enquanto isso, o estado do museu continua precário, com pichações que evidenciam o abandono do local.

O Museu do Trem, inaugurado em 1984, ocupa prédios do século 19 e abriga um acervo significativo, incluindo a locomotiva a vapor Baroneza e o carro imperial de Dom Pedro II. Apesar de uma sentença judicial de 2017 que obrigava o Iphan a realizar obras emergenciais, nada foi feito até o momento. O procurador da República, Sergio Suiama, informou que a maior parte de uma verba de R$ 30 milhões foi perdida devido à falta de projeto.

O Iphan afirma que está finalizando um projeto de restauração e realizando o inventário das peças, mas ainda não há previsão para o início das obras. A situação do museu permanece vulnerável, com o acervo exposto ao tempo e a novos furtos. Em momentos como este, a união da sociedade pode fazer a diferença na preservação da memória ferroviária e na reabertura do museu, incentivando ações que garantam a proteção do patrimônio cultural.

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