Meio Ambiente

Geleiras do mundo enfrentam risco de extinção; aquecimento global pode afetar bilhões de pessoas

Um estudo alerta que mais de 75% das geleiras podem desaparecer se as temperaturas globais alcançarem 2,7ºC até 2100, afetando o nível do mar e o abastecimento de água. A meta de 1,5ºC poderia preservar 54% da massa glaciar.

Atualizado em
May 30, 2025
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Montanha Bietschhorn, nos Alpes Suíços, após uma parte da enorme geleira ter desabado e destruído a pequena vila de Blatten - Fabrice Coffrini - 29.mai.25/AFP

Um estudo recente publicado na revista Science alerta que mais de 75% das geleiras do mundo estão em risco de desaparecer se as temperaturas globais aumentarem 2,7ºC até 2100. Essa situação pode resultar em um aumento significativo do nível do mar e comprometer o abastecimento de água para bilhões de pessoas. A pesquisa, que envolveu a análise de oito modelos de geleiras, destaca que cada fração de grau de aquecimento global agrava a perda de gelo.

Harry Zekollari, glaciologista da Vrije Universiteit Brussel e coautor do estudo, considera os resultados preocupantes, mas também vê uma "mensagem de esperança". Ele ressalta que, se as metas do Acordo de Paris forem cumpridas, limitando o aquecimento a 1,5ºC, seria possível preservar 54% da massa glaciar atual. Essa diferença é crucial para a manutenção dos ecossistemas e das comunidades que dependem da água do degelo.

O estudo foi divulgado após um colapso de uma geleira no sul da Suíça, que causou a destruição de uma vila e deixou uma pessoa desaparecida. Embora as geleiras suíças estejam entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas, ainda não se sabe a extensão do impacto do aquecimento global em eventos geológicos como esse.

As geleiras, que se formaram em períodos muito mais frios, desempenham um papel vital na agricultura, pesca e abastecimento de água potável. Sua perda pode desencadear consequências severas, como a interrupção de economias locais e a erosão do patrimônio cultural. Em resposta a essa crise, funerais simbólicos de geleiras têm sido realizados em diversos países, como Islândia e México.

O estudo também revela que algumas geleiras são mais vulneráveis que outras. Por exemplo, as geleiras nos Alpes europeus e nas Montanhas Rochosas podem perder quase todo o seu gelo com um aumento de 2ºC. Em contrapartida, algumas áreas do Himalaia podem reter até 60% do gelo sob as mesmas condições, devido a sua variação de altitudes.

Com cerca de 25% do aumento atual do nível do mar atribuído ao derretimento das geleiras, a situação é alarmante. Mesmo que o uso de combustíveis fósseis cesse imediatamente, 39% da perda da massa glaciar já está garantida, o que pode elevar o nível do mar em pelo menos 113 milímetros. Nesse contexto, é fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem a preservação das geleiras e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

Folha de São Paulo
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