Meio Ambiente

Cerrado se destaca com o cultivo de plantas alimentícias não convencionais e impulsiona a segurança alimentar

O Cerrado, bioma rico em biodiversidade, ganha destaque em Brasília com o aumento do interesse por plantas alimentícias não convencionais (PANCs), como ora-pro-nóbis e taioba, que promovem segurança alimentar e recuperação do solo.

Atualizado em
May 12, 2025
Clock Icon
3
min
Flávio Cerratense mostra o caxi, no assentamento em Brazlândia - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, abrange quatorze estados, incluindo o Distrito Federal, e é conhecido por sua rica biodiversidade. Recentemente, as plantas alimentícias não convencionais (PANCs) têm atraído a atenção de consumidores e pequenos agricultores em Brasília, que reconhecem seu potencial para a segurança alimentar e a recuperação do solo. Espécies como ora-pro-nóbis e taioba estão se tornando populares, sendo frequentemente encontradas em praças e áreas urbanas.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as PANCs são hortaliças tradicionais que podem ser cultivadas em diversos ambientes, como quintais e escolas. O pesquisador Nuno Madeira destaca que essas plantas são acessíveis e importantes devido à sua rusticidade e facilidade de cultivo. Elas podem substituir hortaliças convencionais, como alface e couve, oferecendo uma alternativa nutritiva e sustentável.

Flávio Cerratense, produtor de PANCs há quatorze anos, utiliza sistemas agroflorestais para garantir a saúde do solo. Ele explica que as PANCs, como o caxi, ajudam a recuperar áreas degradadas sem a necessidade de adubação química. Essa prática não só melhora a qualidade do solo, mas também promove a biodiversidade local, essencial para a sustentabilidade agrícola.

Wagner Ribeiro, que começou a cultivar PANCs após dificuldades pessoais, observa um aumento na demanda por esses produtos. Ele vende suas colheitas na Feira Agroecológica da Ponta Norte e relata que consumidores estão cada vez mais interessados em opções saudáveis e orgânicas. A popularidade das PANCs está crescendo, com pessoas buscando especificamente itens como ora-pro-nóbis e maracujá do Cerrado.

A chef Lurdinha Simas, que introduziu PANCs em seus pratos desde 2007, ressalta o potencial dessas plantas na gastronomia. Ela utiliza ingredientes como ora-pro-nóbis e chaya em suas receitas, que não só são saborosas, mas também oferecem benefícios nutricionais. Lurdinha acredita que a valorização das PANCs pode resgatar tradições culinárias e promover uma alimentação mais saudável.

O crescente interesse por PANCs em Brasília demonstra uma oportunidade de fortalecer a agricultura local e promover a segurança alimentar. Iniciativas que incentivem o cultivo e a comercialização dessas plantas podem beneficiar tanto os agricultores quanto os consumidores. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar projetos que valorizem a biodiversidade e a produção sustentável no Cerrado.

Correio Braziliense
Quero ajudar

Leia mais

Agave tequilana é estudada no Brasil como alternativa para etanol, sequestro de carbono e alimentação animal
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Agave tequilana é estudada no Brasil como alternativa para etanol, sequestro de carbono e alimentação animal
News Card

Pesquisas da Embrapa Algodão e Santa Anna Bioenergia no Brasil exploram a Agave tequilana para etanol, biomassa e alimentação animal, visando inovação e sustentabilidade no Semiárido. O projeto, que inclui parcerias com instituições mexicanas, busca otimizar o cultivo e a mecanização, contribuindo para a bioeconomia e a redução de desigualdades regionais.

Figueira das Lágrimas, símbolo de resistência em São Paulo, enfrenta desafios e preserva sua história centenária
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Figueira das Lágrimas, símbolo de resistência em São Paulo, enfrenta desafios e preserva sua história centenária
News Card

A Figueira das Lágrimas, com 200 anos, é um marco histórico em São Paulo, tendo estado no trajeto de Dom Pedro I em 1822. A árvore enfrenta desafios devido à competição com uma figueira exótica plantada na década de 1980.

Movimento social entrega 1 milhão de assinaturas ao governo pedindo veto ao “PL da Devastação”
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Movimento social entrega 1 milhão de assinaturas ao governo pedindo veto ao “PL da Devastação”
News Card

Representantes de 19 organizações civis entregaram 1 milhão de assinaturas ao governo, solicitando o veto total do "PL da Devastação", que pode afetar 3 mil áreas de preservação. A decisão de Lula é aguardada para amanhã.

Projeto de lei permite uso de água de fontes alternativas para consumo e higiene no Rio de Janeiro
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Projeto de lei permite uso de água de fontes alternativas para consumo e higiene no Rio de Janeiro
News Card

Foi aprovado o Projeto de Lei nº 2816/24, que permite o uso de água de fontes alternativas no Rio de Janeiro, visando garantir acesso à água potável. A medida, proposta pelo vereador Vitor Hugo (MDB), busca beneficiar a população sem acesso à rede de abastecimento, assegurando a potabilidade através de testes laboratoriais. O projeto agora aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes.

Desmatamento na mata atlântica cai em 2024, mas ambientalistas alertam para riscos das mudanças climáticas
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Desmatamento na mata atlântica cai em 2024, mas ambientalistas alertam para riscos das mudanças climáticas
News Card

Em 2024, o desmatamento na Mata Atlântica caiu 2% segundo o Atlas e 14% pelo SAD, mas ambientalistas consideram os números ainda insuficientes. A Bahia lidera o desmatamento, com aumento de áreas de matas maduras.

Tribunal Internacional de Justiça afirma que inação climática é violação do direito internacional
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Tribunal Internacional de Justiça afirma que inação climática é violação do direito internacional
News Card

O Tribunal Internacional de Justiça da ONU declarou que a inação dos países em relação às mudanças climáticas viola o direito internacional, estabelecendo responsabilidades legais globais. A decisão, unânime, destaca a urgência da colaboração internacional e pode influenciar legislações ambientais, como a nova lei de licenciamento no Brasil.