Desde 2016, a salinidade das águas do Oceano Antártico aumentou, impactando a vida marinha e a formação de icebergs, com consequências diretas para a fauna brasileira e a urgência em reduzir emissões de gases de efeito estufa.
A perda e fragmentação do gelo antártico têm gerado preocupações globais. Desde dois mil e dezesseis, as águas superficiais do Oceano Antártico tornaram-se mais salgadas, indicando mudanças significativas no sistema climático do hemisfério sul. Essa alteração pode impactar a vida marinha, o turismo e a pesca, devido à transferência de calor de águas profundas para a superfície, resultando em um ciclo que derrete o gelo marinho. Alessandro Silvano, pesquisador da Universidade de Southampton, destaca a importância de entender o ecossistema antártico.
Um dos efeitos mais evidentes dessas mudanças é o aumento na formação de icebergs, que dobrou nos últimos verões. Edward Doddridge, pesquisador da Universidade da Tasmânia, alerta que a perda de gelo continental também eleva o nível do mar e afeta espécies que dependem desse habitat, como a foca-caranguejeira e os pinguins. A menor cobertura de gelo dificulta a sobrevivência de filhotes, como demonstrado pela morte de dez mil crias de pinguim-imperador em dois mil e vinte e três.
A pesquisa também revela conexões entre a fauna antártica e espécies brasileiras. Animais como a baleia-franca e a jubarte migram para a costa brasileira, e suas populações podem ser afetadas pelas mudanças nas geleiras. O krill, essencial na cadeia alimentar, depende do gelo marinho para se reproduzir. Eduardo Secchi, professor da Universidade Federal do Rio Grande, enfatiza que a redução do krill pode impactar a taxa de nascimento de filhotes de baleias.
Além das consequências ecológicas, o turismo na Antártica pode ser prejudicado. As condições de navegação e a quantidade de vida selvagem disponível para observação podem ser afetadas. Eduardo Secchi observa que isso pode atrasar a recuperação das populações de cetáceos, que já estão em crescimento devido a medidas de conservação. As mudanças climáticas também aumentam a frequência de tempestades no hemisfério sul, impactando o clima global.
Os cientistas alertam para a urgência em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono. Cada ação para diminuir a poluição pode melhorar o futuro do planeta. Durante a COP 30, marcada para novembro em Belém, a expectativa é que haja compromissos concretos para a redução das emissões. Alessandro Silvano destaca a necessidade de fortalecer a coleta de dados ambientais para monitorar as mudanças climáticas.
A redução do gelo antártico é um sinal claro de que o sistema natural está sendo alterado por ações humanas. É essencial que haja medidas internacionais eficazes para proteger os ecossistemas marinhos e cortar emissões. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a preservação do meio ambiente e a proteção das espécies ameaçadas, garantindo um futuro mais sustentável.
ICMBio suspende soltura de ararinhas-azuis após detecção de circovírus em Curaçá, Bahia. Medidas de biossegurança são implementadas para proteger a população da espécie ameaçada.
Estudo revela a necessidade de unificar avaliações de risco para doenças zoonóticas e transmitidas por vetores, destacando a falta de padronização e propondo melhorias em pesquisas e políticas públicas. Pesquisadores do BIOTA Síntese, apoiados pela FAPESP, analisaram 312 estudos e identificaram que apenas 7,4% consideram os três componentes de risco: perigo, exposição e vulnerabilidade.
O Ministério do Meio Ambiente anunciou uma queda expressiva de 65,8% nas áreas queimadas e 46,4% nos focos de calor no Brasil no primeiro semestre de 2025, destacando uma redução de 97,8% no Pantanal. Essa melhora reflete ações governamentais eficazes e a necessidade de continuidade na luta contra as queimadas.
Campos do Jordão inova com a primeira floresta líquida do Brasil, utilizando árvores tecnológicas para capturar carbono e promover educação ambiental. A iniciativa visa integrar turismo e sustentabilidade.
Compensar as emissões das 200 maiores empresas de combustíveis fósseis exigiria reflorestar uma área maior que a América do Norte, tornando essa solução inviável, segundo pesquisa recente. A análise revela que, para neutralizar as emissões até 2050, seria necessário um reflorestamento colossal, inviabilizando a compensação de carbono como única estratégia.
Em maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou sua pior crise ambiental, com chuvas que afetaram 2,3 milhões de pessoas e resultaram em 173 mortes, revelando falhas na gestão urbana e ambiental. Pesquisadores do Cemaden e da Unesp publicaram um estudo que analisa as causas da tragédia, destacando a combinação de eventos climáticos extremos e urbanização desordenada.