Iniciativas de captura de carbono (CCUS) no Brasil podem reduzir até 190 milhões de toneladas de CO₂ anualmente. Empresas como Repsol e FS investem em tecnologias inovadoras, mas falta incentivo público.
O Acordo de Paris busca reduzir as emissões de gases do efeito estufa, mas muitos países ainda não atualizaram suas metas, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Essas questões serão debatidas na COP30, que ocorrerá em Belém. Enquanto isso, as tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) avançam, oferecendo soluções para mitigar o aquecimento global, especialmente em setores industriais como aço e cimento.
Recentemente, iniciativas de CCUS têm se expandido no Brasil, com projetos que podem capturar até 190 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂) anualmente. Essa quantidade representa 8,3% das emissões nacionais de gases do efeito estufa, que totalizaram 2,3 bilhões de toneladas em 2023, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (Seeg).
A diretora da Associação CCS Brasil, Isabela Morbach, destaca que o Brasil possui um alto potencial para armazenamento geológico de carbono. No entanto, a falta de incentivos públicos e a implementação de um mercado de carbono dificultam a execução de mais projetos. Em contraste, a Noruega, pioneira em CCUS, anunciou um subsídio de R$ 12,2 bilhões para seu programa Longship, que visa armazenar cinco milhões de toneladas de CO₂ sob o mar.
Morbach também observa que, apesar do ceticismo em relação a essas tecnologias, é fundamental entender que elas não competem com soluções baseadas na natureza, como o reflorestamento. A captura e armazenamento de carbono, embora caras, podem ser complementares a essas práticas, removendo CO₂ de forma mais rápida do que a vegetação.
Empresas brasileiras, como a Repsol Sinopec Brasil e a FS, estão investindo em tecnologias inovadoras. A Repsol, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica gaúcha, opera o DAC 300TA, que captura até 300 toneladas de CO₂ do ar anualmente. A FS, por sua vez, planeja iniciar a construção de uma unidade de captura em sua fábrica de etanol em Lucas do Rio Verde, com o objetivo de produzir o primeiro etanol com pegada de carbono negativa do mundo.
Esses avanços demonstram a necessidade de mais investimentos para viabilizar novas tecnologias. A startup DeCARB, de Belo Horizonte, busca parcerias para desenvolver uma solução que capture 170 mil toneladas de CO₂ diretamente de indústrias. Projetos como esses devem ser apoiados pela sociedade civil, pois podem ter um impacto significativo na luta contra as mudanças climáticas e na promoção de um futuro sustentável.
Relatório revela que jatos particulares nos EUA são responsáveis por 65% dos voos e 55% das emissões globais, com o Aeroporto Van Nuys se destacando como um dos mais poluentes. O uso crescente de jatos particulares aumentou suas emissões em 25% na última década.
O Pampa, bioma brasileiro, enfrenta grave perda de vegetação campestre, com 140 mil hectares desaparecendo anualmente e apenas 0,5% protegido, exigindo urgente valorização e proteção. A transformação em lavouras de soja é a principal causa dessa devastação.
Estudo da UFRJ revela que 90% das áreas adequadas para o boto-cinza no estuário de Sepetiba e Ilha Grande estão sob pressão de atividades humanas. A pesquisa pede ações integradas para a conservação da espécie ameaçada.
Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indica que entre 2025 e 2029, a temperatura global pode ultrapassar 1,5 °C, aumentando os riscos climáticos. A previsão é alarmante, com 80% de chance de 2024 ser o ano mais quente já registrado.
A Apib destaca a demarcação de terras indígenas como crucial para o clima. Celebridades apoiam a causa, alertando sobre ameaças e consequências ambientais.
O governador do Pará, Helder Barbalho, destaca que quase 40 obras estão quase concluídas em Belém, com investimento de R$ 4,5 bilhões, preparando a cidade para a COP 30, que reunirá 50 mil participantes.