Meio Ambiente

Jardim Botânico de Brasília inicia substituição de pinheiros por espécies nativas em busca de preservação ambiental

O Jardim Botânico de Brasília iniciará a substituição de pinheiros por espécies nativas, gerando polêmica entre moradores que valorizam a memória afetiva das árvores. A mudança visa combater a invasão de espécies exóticas no Cerrado.

Atualizado em
August 4, 2025
Clock Icon
3
min
Imagem ilustrativa de eucalipto, palmeira-imperial e pinheiro — Foto: Reprodução/Paulo Chiari/Debora Amorim

O Jardim Botânico de Brasília iniciará, nesta semana, a substituição dos pinheiros por espécies nativas. Essa decisão segue uma ação semelhante realizada no Parque da Cidade, onde um acidente envolvendo um pinheiro resultou em um adolescente tetraplégico em 2022. A mudança gera controvérsias entre os moradores, que têm uma forte ligação emocional com essas árvores, que fazem parte da paisagem local.

Além do risco de queda das árvores mais velhas, os pinheiros são considerados espécies exóticas e invasoras no Cerrado, prejudicando a flora e fauna nativas. O professor de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília, Daniel Costa de Carvalho, explica que essas espécies competem com as nativas, dificultando seu crescimento e alterando o solo, o que pode impactar negativamente a regeneração natural da vegetação.

Os eucaliptos e palmeiras-imperiais, também não nativas, estão presentes em várias áreas do Distrito Federal. Embora especialistas reconheçam que essas espécies "sempre vão precisar existir" devido à sua utilidade econômica, é fundamental implementar planos de controle para evitar a dispersão e os impactos negativos que podem causar ao meio ambiente.

Os pinheiros, por exemplo, invadem áreas do Cerrado sem controle natural, não possuem predadores nativos e podem liberar substâncias químicas que afetam outras plantas. Já os eucaliptos reduzem a umidade do solo e podem secar nascentes, enquanto as palmeiras-imperiais competem por recursos com as plantas nativas, embora possam servir de abrigo para algumas aves.

O plantio de espécies nativas, como sucupira-preta, pau-pombo, quaresmeira e gonçalo-alves, é uma alternativa viável para restaurar a biodiversidade local. Essas árvores não apenas embelezam a paisagem, mas também desempenham funções ecológicas importantes para o bioma do Distrito Federal.

A introdução de espécies exóticas no Brasil, incentivada pelo governo nos anos 1970, visava a produção de madeira em larga escala. No entanto, a sociedade civil deve se mobilizar para apoiar iniciativas que promovam a recuperação e preservação do Cerrado, ajudando a garantir um futuro sustentável para a região e suas comunidades.

G1 - Meio Ambiente
Quero ajudar

Leia mais

Brasil propõe fundo global de US$ 125 bilhões para preservar florestas tropicais e combater desmatamento
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Brasil propõe fundo global de US$ 125 bilhões para preservar florestas tropicais e combater desmatamento
News Card

O governo brasileiro apresenta o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que visa mobilizar US$ 125 bilhões para preservar florestas tropicais, com pagamentos por hectare preservado. A iniciativa, a ser lançada na COP30, promete autossustentabilidade e flexibilidade no uso dos recursos, beneficiando mais de 70 países.

Operação do Ibama e IMA-SC resulta na apreensão de 101 aves silvestres em Santa Catarina
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Operação do Ibama e IMA-SC resulta na apreensão de 101 aves silvestres em Santa Catarina
News Card

Operação do Ibama e IMA-SC no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro resulta na apreensão de 101 aves silvestres e multas que ultrapassam R$ 200 mil. Ação combate tráfico e protege espécies ameaçadas.

Governo federal lança IPI Verde para incentivar veículos sustentáveis e fortalecer indústria automotiva nacional
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Governo federal lança IPI Verde para incentivar veículos sustentáveis e fortalecer indústria automotiva nacional
News Card

O governo brasileiro anunciou o IPI Verde, que entrará em vigor até 2026, oferecendo isenções fiscais para veículos menos poluentes, como o Fiat Mobi e o Renault Kwid, mas com incertezas sobre repasse de custos.

Cooxupé inicia colheita de café com fertilizante de baixíssimo carbono e mira descarbonização agrícola
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Cooxupé inicia colheita de café com fertilizante de baixíssimo carbono e mira descarbonização agrícola
News Card

A Cooxupé inicia sua colheita de café com o fertilizante lower carbon da Yara, reduzindo a pegada de carbono em até 90%. A parceria envolve 30 produtores e visa aumentar a qualidade e sustentabilidade do grão.

Agave tequilana é estudada no Brasil como alternativa para etanol, sequestro de carbono e alimentação animal
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Agave tequilana é estudada no Brasil como alternativa para etanol, sequestro de carbono e alimentação animal
News Card

Pesquisas da Embrapa Algodão e Santa Anna Bioenergia no Brasil exploram a Agave tequilana para etanol, biomassa e alimentação animal, visando inovação e sustentabilidade no Semiárido. O projeto, que inclui parcerias com instituições mexicanas, busca otimizar o cultivo e a mecanização, contribuindo para a bioeconomia e a redução de desigualdades regionais.

Amapá recebe investimentos para melhorar saneamento básico e gestão de recursos hídricos na Amazônia
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Amapá recebe investimentos para melhorar saneamento básico e gestão de recursos hídricos na Amazônia
News Card

Investimentos em saneamento básico e gestão hídrica são anunciados no Amapá. O ministro Waldez Góes destaca a urgência da melhoria na infraestrutura e qualidade da água na região. O evento, promovido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), apresentou estudos e ações para enfrentar os desafios do saneamento no Amapá. O ministro enfatizou que a política sanitária é um dos maiores problemas ambientais da Amazônia. Um estudo sobre os benefícios econômicos da universalização do saneamento será realizado, com investimento de R$ 105 mil. Além disso, um curso sobre o Marco Legal do Saneamento começará em maio de 2025, visando capacitar gestores. A coleta simbólica de água no Rio Amazonas também marcou a importância da bacia hídrica para a população local.