Impacto Social

"‘Manas’ traz à tona a complexidade do abuso infantil no Brasil através da força das vozes femininas"

O filme "Manas", de Marianna Brennand, aborda o abuso infantil na ilha de Marajó, destacando a atuação de Jamilli Correa e a importância de narrativas femininas no cinema. A obra revela a complexidade da violência sexual, propondo um debate sobre a interseccionalidade e a luta contra o patriarcado.

Atualizado em
May 15, 2025
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Aline Bispo/Folhapress

O filme "Manas", dirigido por Marianna Brennand, aborda o grave tema do abuso infantil no Brasil, com foco na ilha de Marajó, no Pará. A estreia do longa em São Paulo destaca a atuação de Jamilli Correa, uma jovem paraense, e a relevância das narrativas femininas no cinema, que promovem discussões sobre interseccionalidade e a luta contra o patriarcado.

Com uma narrativa que rompe o silêncio sobre histórias marginalizadas, "Manas" leva o público a uma travessia pelo complexo cenário de violência sexual na região. O filme retrata como a violência não é uma exceção, mas uma realidade cotidiana, presente em diversos contextos, como em festas e lares, revelando a rotina de crimes encobertos por tabus.

A obra é marcada pela presença de mulheres em todas as etapas de sua produção, desde a direção até o elenco, o que provoca uma reflexão sobre o impacto de narrativas construídas por grupos historicamente discriminados. A câmera de Brennand captura a violência de forma sutil, mostrando seus efeitos nos olhares e gestos das personagens, sem recorrer à brutalidade explícita.

Um dos destaques do filme é a personagem Cinthia, interpretada por Samira Eloá, que representa a interseccionalidade do patriarcado racista. Sua presença no filme ilustra a sexualização precoce de meninas negras e a luta constante contra a desigualdade. A educadora Zélia Amador de Deus já denunciava essa realidade, afirmando que as divisões sociais são evidentes desde a infância.

Durante a estreia, foram apresentadas pessoas reais que inspiraram o longa, como a irmã Maria Henriqueta, que se tornou a personagem Aretha, interpretada por Dira Paes. A escolha de Jamilli Correa para um papel tão intenso, aos treze anos, demonstra a ousadia da direção feminina, que muitas vezes é subestimada. Sua atuação é marcada por uma entrega emocional que ressoa com a luta das mulheres retratadas.

O filme "Manas" não apenas entretém, mas também serve como um instrumento de reflexão e transformação social. A união em torno de causas como essa pode proporcionar apoio a iniciativas que buscam combater a violência e promover a igualdade. Ao se engajar em projetos sociais, a sociedade pode contribuir para a mudança e a reparação de injustiças enfrentadas por muitas mulheres.

Folha de São Paulo
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