Saúde e Ciência

Pesquisadores brasileiros descobrem compostos de esponjas marinhas que combatem parasitas da malária

Pesquisadores brasileiros descobriram compostos químicos em esponjas marinhas que podem combater o parasita da malária, incluindo cepas resistentes a tratamentos tradicionais, trazendo esperança para novos tratamentos. A pesquisa, publicada na revista ACS Infectious Diseases, destaca a importância da biodiversidade brasileira e os riscos das mudanças climáticas.

Atualizado em
May 12, 2025
Clock Icon
3
min
Compostos foram isolados da espécie Monanchora arbuscula (imagem: Eduardo Hadju)

Pesquisadores brasileiros identificaram compostos químicos em esponjas marinhas que têm potencial para eliminar o parasita da malária, incluindo cepas resistentes a tratamentos tradicionais. A pesquisa, publicada na revista ACS Infectious Diseases, destaca a importância desses achados em um contexto onde a malária continua a ser uma das principais causas de morte, especialmente entre crianças, com aproximadamente 600 mil vítimas em 2023, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os compostos, conhecidos como batzelladinas F e L, mostraram ação rápida contra os parasitas Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax, os principais agentes causadores da malária na África e na América do Sul, respectivamente. Os testes realizados em amostras de sangue de pacientes e em camundongos infectados confirmaram a eficácia das substâncias, embora não tenham eliminado completamente os protozoários.

Rafael Guido, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) e coautor do estudo, afirmou que os resultados trazem esperança para o desenvolvimento de novos tratamentos. Ele ressaltou que, embora os compostos não tenham eliminado totalmente os parasitas, eles podem inspirar a criação de novas estruturas químicas com ação potencializada.

A pesquisa envolveu uma equipe multidisciplinar de instituições como a USP, o Museu Nacional e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da FAPESP e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), destacou a relevância da biodiversidade brasileira, que está ameaçada pelas mudanças climáticas, que também têm contribuído para o aumento dos casos de malária.

Os pesquisadores isolaram as batzelladinas e caracterizaram sua estrutura química. A ação rápida das substâncias é crucial para evitar que os parasitas desenvolvam resistência ao tratamento. Giovana Rossi Mendes, do IFSC-USP, explicou que a morte do parasita ocorre imediatamente após o contato com os compostos, o que é fundamental para a eficácia do tratamento.

Além de seu potencial contra a malária, as substâncias extraídas de esponjas marinhas também demonstraram atividade antiparasitária contra outras doenças, como leishmaniose e Chagas. A descoberta ressalta a importância de proteger a biodiversidade e os ecossistemas ameaçados, pois iniciativas que promovem a conservação podem facilitar a pesquisa e o desenvolvimento de novos medicamentos que beneficiem a saúde pública.

Agência FAPESP
Quero ajudar

Leia mais

Flavan-3-óis: compostos naturais que podem reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde cardiovascular
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Flavan-3-óis: compostos naturais que podem reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde cardiovascular
News Card

Pesquisas recentes revelam que flavan-3-óis, presentes em alimentos como cacau e chá, podem reduzir a pressão arterial e melhorar a função vascular, promovendo a saúde cardiovascular. Cientistas analisaram dados de ensaios clínicos e encontraram que o consumo regular desses compostos pode diminuir a pressão arterial em até sete milímetros de mercúrio em hipertensos, com efeitos colaterais raros. Essas descobertas oferecem uma abordagem prática e segura para a prevenção de doenças cardíacas.

Dia Mundial do Parkinson destaca a importância da conscientização sobre a doença neurodegenerativa crescente
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Dia Mundial do Parkinson destaca a importância da conscientização sobre a doença neurodegenerativa crescente
News Card

A doença de Parkinson, que afeta milhões globalmente, tem visto um aumento alarmante de diagnósticos em pessoas abaixo dos 60 anos. A prática de atividades físicas pode desacelerar sua progressão.

Cresce o número de ataques de abelhas africanizadas no Brasil, tornando-se um problema de saúde pública urgente
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Cresce o número de ataques de abelhas africanizadas no Brasil, tornando-se um problema de saúde pública urgente
News Card

Ataques de abelhas africanizadas aumentaram 83% entre 2021 e 2024 no Brasil, resultando em 125 mortes. Pesquisadores da Unesp alertam para a falta de tratamento específico para envenenamentos.

Colesterol alto: como alimentação, exercícios e genética impactam sua saúde cardiovascular
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Colesterol alto: como alimentação, exercícios e genética impactam sua saúde cardiovascular
News Card

Estudos recentes revelam que o chá verde pode auxiliar na redução do colesterol LDL, um fator de risco para doenças cardiovasculares. Especialistas recomendam seu consumo moderado, aliado a hábitos saudáveis.

Mariana Rios anuncia gravidez após desafios com fertilização in vitro e cria projeto de apoio a mulheres
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Mariana Rios anuncia gravidez após desafios com fertilização in vitro e cria projeto de apoio a mulheres
News Card

Mariana Rios anunciou sua gravidez após optar pela fertilização in vitro, superando dificuldades e uma perda gestacional. Ela e o namorado enfrentam incompatibilidade genética, elevando riscos na gestação.

"Dia D de vacinação contra a gripe mobiliza cidades fluminenses para proteger a saúde da população"
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
"Dia D de vacinação contra a gripe mobiliza cidades fluminenses para proteger a saúde da população"
News Card

Cidades fluminenses realizam o Dia D de vacinação contra a gripe, oferecendo imunização para toda a população a partir de seis meses. A campanha visa prevenir doenças respiratórias no inverno.