Saúde e Ciência

Preta Gil busca tratamento no exterior após recidiva de câncer colorretal e destaca desafios no Brasil

Preta Gil, 50, decidiu continuar seu tratamento contra câncer colorretal nos EUA após recidiva com metástase. Ela busca acesso a inovações que não estão disponíveis no Brasil.

Atualizado em
May 9, 2025
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A cantora Preta Gil entre o pai, Gilberto Gil, e a madrasta, Flora Gil, na quarta-feira (7), após receber alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo - @pretagil/Instagram

A cantora Preta Gil, que completou 50 anos, anunciou que continuará seu tratamento contra o câncer colorretal nos Estados Unidos. A decisão foi comunicada no dia 7 de maio, após sua internação no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Preta foi diagnosticada com a doença em janeiro de 2023 e, após um tratamento bem-sucedido, anunciou remissão em dezembro do mesmo ano. Contudo, em agosto de 2024, a doença retornou com metástase em quatro regiões do corpo.

Durante sua participação no programa Domingão, da TV Globo, Preta expressou que as opções de tratamento no Brasil se esgotaram. Ela afirmou: "Agora as minhas chances de cura estão fora do país." A cantora enfrenta um cenário desafiador, onde o câncer se espalhou para o sistema linfático, peritônio e ureter.

A diferença entre os tratamentos disponíveis no Brasil e nos Estados Unidos é significativa. Enquanto novas drogas antitumorais são constantemente desenvolvidas e testadas nos EUA, o Brasil enfrenta barreiras como a lentidão na aprovação de medicamentos e a inclusão destes no Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 30% da população brasileira tem acesso a tratamentos inovadores, o que limita as opções para muitos pacientes.

Atualmente, o Brasil realiza apenas 82 estudos clínicos em oncologia, enquanto os Estados Unidos têm mais de 3.700. Essa discrepância se reflete na taxa de cura, onde cerca de setenta por cento dos pacientes diagnosticados com câncer nos EUA são curados, em comparação com cinquenta por cento no Brasil. Especialistas apontam que a formação médica e a resistência cultural à participação em ensaios clínicos também contribuem para essa situação.

Além disso, a aprovação de novas drogas no Brasil é mais lenta. A média de tempo para aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é de 331 dias, enquanto nos EUA é de 184 dias. A dificuldade de acesso a tratamentos inovadores no SUS é uma preocupação crescente entre os especialistas em oncologia.

Com a situação de Preta Gil, a necessidade de apoio à pesquisa e ao acesso a tratamentos de ponta se torna ainda mais evidente. A união da sociedade civil pode ser um fator crucial para ajudar pacientes que enfrentam desafios semelhantes, promovendo iniciativas que visem melhorar o acesso a cuidados de saúde e tratamentos inovadores.

Folha de São Paulo
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