Impacto Social

"Reflexão sobre a escassez de mulheres negras em conselhos de empresas marca Dia Internacional da Mulher Negra"

A professora Viviane Elias alerta que a presença de mulheres negras em conselhos de empresas brasileiras é alarmantemente baixa, com chances de liderança cinco vezes menores que as de mulheres brancas. Ela critica a superficialidade das políticas de diversidade, que muitas vezes são impulsionadas por tendências momentâneas, sem ações efetivas para promover a inclusão. Elias destaca a necessidade de uma reflexão profunda sobre a representatividade e a intencionalidade nas ações corporativas, enfatizando que a ausência de diversidade impacta diretamente na inovação e nos resultados financeiros das empresas.

Atualizado em
July 30, 2025
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Viviane Elias é conselheira e especialista em gerenciamento de riscos e crises corporativas Foto: Divulgação

A presença de mulheres negras em conselhos de empresas brasileiras é alarmantemente baixa, conforme destacou a professora Viviane Elias. Em um estudo recente, foi revelado que a chance de uma mulher negra ocupar um cargo de liderança é cinco vezes menor do que a de uma mulher branca. Essa realidade torna o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, um momento de reflexão, e não de comemoração.

Viviane Elias, conselheira e especialista em gerenciamento de riscos, critica a superficialidade das políticas de diversidade adotadas por muitas empresas. Segundo ela, muitas organizações implementaram tais políticas por serem uma tendência momentânea, sem ações concretas que promovam a ascensão de mulheres negras em posições de liderança. Um levantamento do Estadão revelou que, em setembro de 2024, 75,6% dos conselheiros eram homens e 90,7% eram brancos.

O estudo do Mover, um movimento pela equidade racial, reforça essa realidade, mostrando que a presença de mulheres negras em cargos de liderança é extremamente limitada. Elias enfatiza que, apesar de alguns avanços nos últimos anos, eles foram insuficientes para reparar as desigualdades históricas no ambiente corporativo. Ela questiona quantas conselheiras negras realmente trouxeram outras pessoas pretas para suas organizações e quantas estão em posições técnicas.

A professora destaca que a intencionalidade é fundamental para a mudança. Muitas pessoas em cargos de decisão perceberam que a diversidade não é apenas uma questão moral, mas uma questão de negócios. Para que as empresas prosperem, é necessário que elas reconheçam o valor da representatividade racial em suas lideranças. Elias alerta que a falta de diversidade pode impactar negativamente a inovação e, consequentemente, os resultados financeiros das empresas.

Ela também critica o que chama de "hype" em torno da diversidade, que, segundo ela, criou lacunas e não promoveu mudanças efetivas. A representatividade, embora tenha avançado, muitas vezes se limita a uma abordagem superficial, sem considerar a verdadeira inclusão e a valorização das habilidades técnicas das pessoas negras. Elias menciona que, em alguns setores, como o de seguros, a presença de mulheres negras é quase inexistente.

Para que as empresas realmente avancem em termos de diversidade e inclusão, é essencial que haja um compromisso genuíno e ações concretas. A união da sociedade civil pode ser um motor para impulsionar mudanças significativas. Projetos que promovam a equidade racial e a inclusão no ambiente corporativo devem ser apoiados, pois podem transformar a realidade de muitas mulheres negras e contribuir para um futuro mais justo e igualitário.

Estadão
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