O STF analisa a constitucionalidade da Resolução nº 487 do CNJ, que determina tratamento em liberdade para pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei, em meio a condições precárias nos manicômios. A desinstitucionalização avança lentamente, com mais de duas mil pessoas ainda internadas.
Diego viveu mais de três décadas em um manicômio judiciário, onde sua pena se renovava automaticamente a cada dois anos, sem justificativas para sua permanência. Em 2023, a Resolução nº 487 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entrou em vigor, garantindo que pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei tenham direito a tratamento em liberdade. Com isso, Diego foi transferido para uma residência terapêutica e começou a frequentar um Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Apesar da resolução, a desinstitucionalização tem avançado lentamente. Mais de duas mil pessoas ainda estão internadas em manicômios judiciários, instituições que acolhem indivíduos considerados inimputáveis pela Justiça. A Lei nº 10.216, de 2001, já previa tratamento em liberdade, mas não abordava especificamente essa população. A nova resolução obriga o Judiciário a substituir internações por medidas terapêuticas integradas à Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Inspeções realizadas pelo CNJ e pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) revelaram condições precárias e violações nos manicômios. Os relatórios apontam o uso inadequado de eletroconvulsoterapia, superlotação, falta de atividades terapêuticas e violência institucional. As condições sanitárias são alarmantes, com ambientes mofados, colchões rasgados e falta de acessibilidade, além de relatos de contenções físicas abusivas e uso excessivo de medicamentos.
Alessandra Almeida, presidente do CFP, destaca que o estigma em torno de pessoas com transtornos mentais é um obstáculo para a implementação da resolução. Ela afirma que a desinstitucionalização enfrenta resistência tanto na sociedade quanto no sistema de justiça, onde muitos profissionais ainda não compreendem as normas e dados que sustentam o cuidado. Almeida compara as condições encontradas a práticas da Idade Média, enfatizando a necessidade de mudança.
A resolução de 2023 prevê o fechamento total dos manicômios judiciários até 2026. Almeida acredita que esse prazo é realista, mas requer esforço político e investimentos. O CNJ já enviou documentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para embasar a discussão sobre a constitucionalidade da resolução, que enfrenta questionamentos sobre segurança pública e infraestrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para acolher essas pessoas.
O STF ainda não decidiu sobre a norma do CNJ, mas o relator, Edson Fachin, defendeu que os manicômios judiciais são incompatíveis com os direitos fundamentais. Enquanto isso, a situação nos manicômios continua a exigir atenção. A união da sociedade pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a reintegração social e o tratamento adequado dessas pessoas, ajudando a transformar realidades e a garantir direitos humanos.
A 5ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, realizada em Brasília, revitalizou o debate sobre políticas de saúde no trabalho, com foco na precarização e direitos trabalhistas. O evento, promovido pelo Ministério da Saúde e Conselho Nacional de Saúde, mobilizou diversas categorias para criar diretrizes que garantam ambientes laborais seguros e saudáveis. A secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, enfatizou a importância da participação social na efetivação dos direitos.
Estudos recentes revelam que a mobilidade social dos jovens é fortemente influenciada por redes de conexões sociais, destacando desigualdades entre diferentes origens econômicas. A falta de capital social limita as oportunidades para os mais pobres.
Após a morte da carnavalesca Maria Augusta Rodrigues, amigos e parentes buscam preservar seu acervo sobre o carnaval carioca, com a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) interessada em colaborar na catalogação e exposição. O material, que inclui desenhos, troféus e objetos pessoais, é considerado um patrimônio cultural único.
O ministro Flávio Dino determinou que o governo federal deve garantir auxílio financeiro a crianças com deficiência causada pelo vírus zika, com prazo até março de 2026 para ajustar o Orçamento. A decisão busca assegurar direitos das vítimas, após veto do governo Lula por questões fiscais. O auxílio inclui R$ 50 mil e pensão mensal vitalícia de R$ 8.157,41.
A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência aprovou o Projeto de Lei 2179/24, que permite o uso opcional de pulseira lilás para identificar pacientes autistas em atendimentos de saúde. A proposta, do deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), visa facilitar a identificação de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) em instituições de saúde. A medida ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) antes de ser votada na Câmara e no Senado.
O Método Canguru, aplicado no Hospital Regional de Sobradinho, já beneficiou mais de mil bebês em três meses, promovendo saúde e vínculo familiar por meio do contato pele a pele. A técnica, que envolve uma equipe multidisciplinar, tem mostrado resultados positivos, como a regulação da temperatura e o aumento do ganho de peso dos recém-nascidos.