Impacto Social

Senado aprova aumento de cotas para negros e inclusão de indígenas e quilombolas em concursos federais

O Senado aprovou a prorrogação da lei de cotas para negros em concursos públicos, elevando o percentual de 20% para 30% e incluindo indígenas e quilombolas. O projeto aguarda sanção presidencial.

Atualizado em
May 7, 2025
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Pessoas entram no prédio da Universidade Mackenzie, em São Paulo, no dia da prova do CNU (Concurso Nacional Unificado) de 2024 - Pedro Affonso - 18.ago.24/Folhapress

O Senado aprovou, em sete de maio de dois mil e vinte e cinco, um projeto de lei que prorroga a lei de cotas para negros em concursos públicos federais. A nova proposta, que aguarda sanção presidencial, aumenta o percentual de vagas reservadas de 20% para 30% e inclui indígenas e quilombolas entre os beneficiados. A aprovação ocorreu de forma simbólica, sem contagem de votos.

A lei de cotas, que expirou em junho de dois mil e vinte e dois após dez anos de vigência, foi inicialmente aprovada em dois mil e quatorze durante o governo de Dilma Rousseff. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, havia prorrogado a lei temporariamente até que um novo projeto fosse aprovado pelo Congresso.

O relator do projeto no Senado, Humberto Costa, rejeitou uma alteração da Câmara que reduzia o prazo de reavaliação da política de cotas de dez para cinco anos. O texto mantém as diretrizes atuais, que incluem a autodeclaração dos candidatos e um procedimento de confirmação complementar, geralmente realizado por meio de bancas de heteroidentificação.

O senador Paulo Paim, autor do texto original, defende a importância da identificação complementar, afirmando que, sem ela, a política de cotas poderia ser comprometida. Ele destaca que a heteroidentificação é um critério necessário para evitar fraudes na autodeclaração.

Luiz Augusto Campos, professor de sociologia e ciência política, observa que a inclusão de comissões de heteroidentificação é uma resposta a instituições que resistem a implementá-las. Ele ressalta que, embora as comissões sejam legais, não são obrigatórias, e a diversidade de interpretações sobre raça pode levar a inconsistências na aplicação da lei.

O projeto de lei surge em um contexto de desigualdade e disparidades no serviço público brasileiro, sendo considerado uma reparação histórica. A aprovação da nova proposta pode inspirar a sociedade civil a apoiar iniciativas que promovam a inclusão e a igualdade de oportunidades, contribuindo para um futuro mais justo e igualitário.

Folha de São Paulo
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