A bióloga Erika Berenguer alerta que o fogo na Amazônia se tornará uma constante, impulsionado por mudanças climáticas e desmatamento, exigindo soluções diversificadas e urgentes.
A Amazônia enfrenta um cenário alarmante com secas severas e incêndios florestais, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A bióloga Erika Berenguer, pesquisadora das universidades de Oxford e Lancaster, alerta que o fogo na floresta se tornará uma constante, agravado por mudanças climáticas e desmatamento. Em 2025, os incêndios florestais foram identificados como a principal causa do aumento do desmatamento, após dois anos de queda.
Berenguer destaca que a floresta está tão seca que se tornou uma paisagem inflamável. Ela prevê uma Amazônia menos densa no longo prazo, com significativa perda de biodiversidade e colapso nos estoques de carbono. Para enfrentar essa crise, a cientista propõe um conjunto diversificado de soluções, incluindo o combate ao desmatamento ilegal e o incentivo a novas técnicas de manejo agrícola.
O fenômeno El Niño, que causa alterações climáticas, também contribui para a intensificação das secas. Berenguer explica que a redução da cobertura vegetal diminui a evapotranspiração, essencial para a formação de chuvas na região. Com menos floresta, a precipitação diminui, criando um ciclo vicioso que agrava a seca e os incêndios. A situação de 2023, com rios secos e fumaça, é um reflexo dessa nova realidade.
A pesquisadora compara a Amazônia a um organismo imunossuprimido, onde a falta de floresta e as mudanças climáticas tornam a região vulnerável a incêndios. Ela enfatiza que a floresta não possui mecanismos de defesa contra o fogo, uma vez que historicamente não enfrentou essa pressão. As consequências são preocupantes, pois a biodiversidade pode ser drasticamente alterada, resultando em uma vegetação menos densa e mais suscetível a incêndios.
Berenguer alerta para o chamado ponto de não retorno, onde a combinação de desmatamento, mudanças climáticas e fogo pode levar a um colapso irreversível do ecossistema. Embora o governo tenha anunciado medidas para combater incêndios, a pesquisadora acredita que essas ações devem se tornar políticas de estado para serem eficazes. A urgência de frear as emissões de gases do efeito estufa é crucial para o futuro da Amazônia.
É fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem a preservação da Amazônia. Projetos que promovam a recuperação ambiental e o fortalecimento das comunidades locais podem fazer a diferença nesse cenário crítico. A união em torno de causas ambientais é essencial para garantir um futuro sustentável para a floresta e suas populações.
O desmatamento na Amazônia aumentou 92% em maio de 2025, com 960 km² devastados, sendo 51% devido a queimadas, revelando uma nova realidade climática alarmante. O ministro João Paulo Capobianco destaca que a situação é crítica e reflete o impacto das mudanças climáticas.
Estudo revela que o aquecimento global pode elevar em até 39% o risco de diarreia em crianças no sul e sudeste da Ásia, destacando a urgência de educação materna e acesso à água potável. A pesquisa, publicada na revista Environmental Research, alerta que temperaturas extremas e chuvas anômalas agravam a mortalidade infantil, especialmente em países de baixa e média renda.
Cidades da Amazônia têm as piores taxas de arborização urbana do Brasil, segundo o Censo 2022 do IBGE. Enquanto estados do agronegócio, como Mato Grosso do Sul, se destacam positivamente, a pesquisa revela que apenas 10,7% do Acre e 13,7% do Amazonas vivem em ruas com mais de cinco árvores.
A COP30, que ocorrerá em Belém, é vista como uma oportunidade crucial para o Brasil liderar a ação climática global, destacando a Amazônia e a justiça ambiental. O Summit ESG da EXAME enfatizou a necessidade de financiamento e a inclusão de comunidades locais nas discussões.
A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a reurbanização da Orla Burle Marx, transformando uma área subutilizada em um novo espaço verde até junho de 2026. O projeto, orçado em R$ 10,4 milhões, visa revitalizar 20 mil metros quadrados nas proximidades do Museu de Arte Moderna (MAM) e inclui melhorias no acesso a equipamentos culturais.
Um conselho de adaptação foi criado para apoiar a presidência da COP30 em Belém, reunindo especialistas como Ellen Johnson Sirleaf e Avinash Persaud, com foco na resiliência climática global. O grupo busca dialogar e orientar sobre questões climáticas urgentes, especialmente para populações vulneráveis.