Saúde e Ciência

Anvisa aprova combinação de durvalumabe e quimioterapia que pode reduzir mortalidade por câncer de bexiga em 25%

A Anvisa aprovou um tratamento inovador para câncer de bexiga músculo-invasivo, combinando durvalumabe e quimioterapia, com potencial de reduzir a mortalidade em até 25%. Essa nova abordagem promete aumentar as taxas de cura e diminuir as recidivas, oferecendo esperança a muitos pacientes.

Atualizado em
May 21, 2025
Clock Icon
3
min
Anvisa aprovou novo tratamento para câncer de bexiga músculo-invasivo com potencial de reduzir o risco de morte em até 25% • SewcreamStudio/GettyImages

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para câncer de bexiga músculo-invasivo, que pode reduzir o risco de morte em até 25%. Essa condição afeta um em cada quatro casos de câncer de bexiga no Brasil. O tratamento consiste na combinação de durvalumabe com quimioterapia neoadjuvante, administrada antes da cistectomia radical, e durvalumabe em monoterapia após a cirurgia. Essa é a primeira combinação de imunoterapia e quimioterapia a mostrar resultados significativos nas taxas de sobrevida.

O câncer de bexiga músculo-invasivo se desenvolve na parede muscular da bexiga, sem metástase à distância. Segundo Fernando Maluf, oncologista e fundador do Instituto Vencer o Câncer, essa forma de câncer é altamente agressiva, com risco de evolução para a doença metastática em pelo menos 50% dos pacientes. Embora muitos sejam tratados com quimioterapia e cirurgia, cerca de 50% dos que passam pela cistectomia apresentam recidiva da doença.

O novo tratamento pode transformar esse cenário. Em estudos, a terapia demonstrou uma redução de até 32% no risco de eventos relacionados à doença. Maluf destaca que essa abordagem oferece uma taxa de cura superior e diminui a recorrência em comparação ao tratamento padrão anterior. A aprovação pela Anvisa é considerada um avanço significativo, trazendo novas esperanças para os pacientes.

O durvalumabe é um imunoterápico que estimula o sistema imunológico a combater células cancerígenas. O tratamento é indicado para pacientes com invasão do tumor na camada muscular da bexiga e que são candidatos à quimioterapia com cisplatina. A aprovação foi fundamentada no estudo de fase três "NIAGARA", cujos resultados foram apresentados em um congresso de oncologia e publicados na New England Journal of Medicine.

Os resultados mostraram que 82,2% dos pacientes que receberam o regime com durvalumabe estavam vivos após dois anos, em comparação a 75,2% dos tratados apenas com quimioterapia. Karina Fontão, diretora médica executiva da AstraZeneca no Brasil, ressaltou que essa aprovação representa um marco na imunoterapia para câncer de bexiga, evidenciando sua eficácia nas fases iniciais do tratamento.

O perfil de segurança do durvalumabe em combinação com quimioterapia se mostrou consistente, sem aumentar as taxas de descontinuação do tratamento devido a eventos adversos. Essa nova abordagem melhora o padrão de tratamento existente, oferecendo mais esperança aos pacientes. Nessa situação, a união da sociedade pode fazer a diferença, apoiando iniciativas que busquem melhorar a vida de quem enfrenta essa doença.

CNN Brasil - Saúde
Quero ajudar

Leia mais

Isabel Veloso enfrenta críticas nas redes sociais ao sonhar com nova gestação durante tratamento de câncer
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Isabel Veloso enfrenta críticas nas redes sociais ao sonhar com nova gestação durante tratamento de câncer
News Card

Isabel Veloso, influenciadora digital, enfrenta críticas após manifestar desejo de ter outro filho enquanto luta contra linfoma de Hodgkin. Ela reflete sobre julgamentos e maternidade.

Nanopartículas de prata de Trichoderma reesei inibem COVID-19 e podem revolucionar tratamentos virais
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Nanopartículas de prata de Trichoderma reesei inibem COVID-19 e podem revolucionar tratamentos virais
News Card

Nanopartículas de prata do fungo Trichoderma reesei mostram potencial no combate à COVID-19, inibindo infecções e reduzindo inflamações pulmonares em hamsters. Estudo abre portas para novas terapias.

Janja Lula da Silva destaca a saúde da mulher e critica a falta de atenção masculina em visita a hospitais do Rio
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Janja Lula da Silva destaca a saúde da mulher e critica a falta de atenção masculina em visita a hospitais do Rio
News Card

A primeira-dama Janja Lula da Silva anunciou a oferta do Implanon pelo SUS, destacando a urgência em melhorar a saúde da mulher e criticando a falta de atenção masculina ao tema. Durante visita a hospitais no Rio, ela enfatizou a importância de políticas públicas voltadas para a saúde feminina e a necessidade de prevenção.

Brasil avança na produção de terapias CAR-T para câncer com apoio dos BRICS e redução de custos no SUS
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Brasil avança na produção de terapias CAR-T para câncer com apoio dos BRICS e redução de custos no SUS
News Card

O Ministério da Saúde, sob a liderança de Alexandre Padilha, planeja produzir a terapia CAR-T no Brasil, em parceria com os BRICS, para tornar o tratamento oncológico mais acessível pelo SUS. A iniciativa visa reduzir os custos atuais, que superam R$ 3 milhões por paciente, para cerca de R$ 170 mil até 2025, consolidando o país como referência em terapias celulares na América Latina.

Cuidados diários são essenciais para proteger a saúde dos rins e evitar danos irreversíveis
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Cuidados diários são essenciais para proteger a saúde dos rins e evitar danos irreversíveis
News Card

Especialistas alertam sobre hábitos que prejudicam a saúde renal, como o consumo excessivo de sal e a baixa ingestão de água, que podem levar a danos irreversíveis. A prevenção é essencial.

Benefício por incapacidade temporária é garantido sem reavaliação para portadores de doenças graves
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Benefício por incapacidade temporária é garantido sem reavaliação para portadores de doenças graves
News Card

O Congresso Nacional derrubou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitindo que beneficiários com Aids, Alzheimer, Parkinson e ELA não passem por reavaliações médicas para manter o auxílio-doença. A medida aguarda promulgação.