Meio Ambiente

Arquitetura sustentável transforma escolas em ambientes confortáveis e inspiradores para crianças em regiões quentes

Francis Kere, arquiteto de Burkina Fasso, projetou a Escola Primária Gando com técnicas de resfriamento passivo, ganhando o Prêmio Pritzker em 2022. Sua abordagem sustentável inspira mudanças sociais e educacionais.

Atualizado em
July 28, 2025
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Estudos em diferentes países como Brasil e Vietnã mostram que o calor impacta significativamente a aprendizagem das crianças - Pixabay/Pexels

Francis Kere, arquiteto de Burkina Fasso e vencedor do Prêmio Pritzker em 2022, enfrentou desafios educacionais em sua infância. Ele se lembra de salas de aula quentes e desconfortáveis, o que o motivou a criar a Escola Primária Gando, projetada para proporcionar um ambiente de aprendizado agradável, mesmo em temperaturas que podem atingir 45 graus Celsius. Kere utilizou técnicas de resfriamento passivo e materiais locais, evitando o uso de ar-condicionado, o que é uma inovação importante em um mundo afetado pelas mudanças climáticas.

A Escola Primária Gando é um exemplo de como a arquitetura pode ser adaptada às condições climáticas extremas. O projeto inclui aberturas que permitem a ventilação cruzada e um telhado suspenso que melhora a circulação do ar. Kere também se inspira em estruturas naturais, como cupinzeiros, para regular a temperatura interna. Essa abordagem sustentável não apenas melhora o conforto, mas também contribui para a eficiência energética, evitando a dependência de sistemas de climatização que consomem muita energia.

Além de Kere, outros arquitetos, como Diana Kellogg, estão desenvolvendo projetos semelhantes. Kellogg projetou a Escola para Meninas Rajkumari Ratnavati no deserto de Thar, na Índia, utilizando materiais que favorecem a ventilação e o resfriamento. Essa escola não só proporciona um ambiente de aprendizado mais fresco, mas também promove a educação feminina em uma região com baixa taxa de alfabetização entre meninas. A arquitetura, portanto, se torna uma ferramenta de mudança social e empoderamento.

Estudos indicam que o calor excessivo pode impactar negativamente a aprendizagem. O Banco Mundial alertou que as mudanças climáticas representam uma ameaça ao sucesso educacional, criando uma "bomba-relógio econômica". Especialistas recomendam que as salas de aula não ultrapassem 26 graus Celsius para garantir um ambiente propício ao aprendizado. A construção de escolas adaptadas ao clima é uma resposta necessária a essa realidade, e projetos como os de Kere e Kellogg são exemplos a serem seguidos.

Em regiões com climas temperados, a preocupação com o aquecimento também está crescendo. O Reino Unido, por exemplo, está adaptando suas escolas para enfrentar o aumento das temperaturas. A transformação de pátios escolares em áreas verdes e o uso de tintas frias são algumas das soluções em discussão. Essas iniciativas visam não apenas melhorar o conforto dos alunos, mas também contribuir para a sustentabilidade ambiental.

Com a crescente demanda por soluções arquitetônicas sustentáveis, a comunidade pode se unir para apoiar projetos que promovam a educação e o bem-estar. A construção de escolas que respeitem o meio ambiente e proporcionem um espaço de aprendizado saudável é uma causa que merece atenção e investimento. Juntos, podemos fazer a diferença e garantir que mais crianças tenham acesso a um futuro melhor.

Folha de São Paulo
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