Impacto Social

"Banco comunitário transforma casca de sururu em moeda social e impulsiona economia local em Maceió"

Banco Laguna implementa o sururote, moeda social que transforma resíduos da casca do sururu em renda, beneficiando 90 famílias em Vergel do Lago, Maceió, e promovendo a economia local. Joseane dos Santos, marisqueira, destaca a mudança significativa na comunidade, onde a venda da casca do sururu gerou novas oportunidades e uma renda mensal que pode chegar a R$ 3 mil.

Atualizado em
May 12, 2025
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Joseane dos Santos faz pagamento de compras no supermercado com sururotes, a moeda social de Vergel do Lago - Dayane Silva/Divulgação

A comunidade de Vergel do Lago, em Maceió, enfrenta desafios econômicos e ambientais, com a pesca do sururu como atividade central para a subsistência local. Recentemente, o Banco Laguna introduziu o sururote, uma moeda social que transforma resíduos da casca do sururu em renda para marisqueiras, beneficiando noventa famílias e impulsionando a economia da região.

Joseane dos Santos, marisqueira há trinta anos, foi uma das primeiras a acreditar na ideia de "dinheiro social" e "economia circular". Ela relata que a casca do sururu, antes descartada, agora gera renda. Lisania Pereira, CEO da ONG Mandaver e fundadora do Banco Laguna, explica que o projeto visa transformar resíduos em riqueza, com um plano que inclui o treinamento das mulheres da comunidade para o processo de secagem das cascas.

As cascas secas são vendidas a indústrias, e o valor arrecadado é distribuído entre as marisqueiras, com uma taxa de dez por cento destinada a um fundo garantidor de crédito do sururote. Desde o início do projeto, mais de um milhão de notas foram colocadas em circulação, estimulando o comércio local. Em 2023, foram arrecadados R$ 25 mil, dos quais R$ 22,5 mil foram distribuídos para as marisqueiras.

O projeto é especialmente significativo para as mulheres da comunidade, que sustentam suas famílias. Uma pesquisa do Sebrae revelou que setenta e três por cento das mulheres em Vergel do Lago são responsáveis pelo sustento familiar. Para facilitar a identificação das notas, que variam em cores e desenhos, o projeto considera o analfabetismo na região.

Com a venda do filé do sururu, as famílias costumavam lucrar cerca de R$ 300 por mês. Agora, com a inclusão da venda das cascas, a renda pode chegar a R$ 3 mil. Joseane compartilha que a transformação na comunidade é visível, com menos lixo e um ambiente mais saudável. Ela destaca que fez uma compra de R$ 1.200 utilizando a moeda social, evidenciando a eficácia do projeto.

Além de beneficiar diretamente noventa famílias, o projeto já capacitou outras trezentas mulheres em empreendedorismo e educação financeira. A CEO Lisania Pereira menciona que microcréditos de até R$ 5 mil são oferecidos para expandir negócios, incentivando a economia local. A união da comunidade em torno do sururote demonstra como iniciativas sociais podem transformar realidades. A mobilização em torno de projetos como esse pode ser fundamental para fortalecer ainda mais a economia local e promover o desenvolvimento sustentável.

Folha de São Paulo
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