Encontro em Bonn sobre a COP30 gerou reações divergentes; enquanto o governo brasileiro celebrou avanços, especialistas criticaram a falta de ambição em financiamento e transição energética.
O encontro diplomático realizado em Bonn, na Alemanha, para preparar a COP30, conferência do clima que ocorrerá em Belém em novembro, terminou com percepções divergentes. O governo brasileiro celebrou os avanços nas negociações, enquanto observadores independentes e organizações ambientais expressaram preocupação com o que consideraram um resultado morno. As discussões focaram em três questões prioritárias, com progresso parcial em todas elas.
A reunião do corpo subsidiário de implementação do Acordo de Paris conseguiu antecipar textos para duas das três questões prioritárias. O tema que mais gerou debate foi a criação de uma meta global para adaptação às mudanças climáticas, que depende do financiamento de países ricos para apoiar os objetivos de países em desenvolvimento. O acordo sobre esse tópico foi alcançado apenas no último dia, após o prazo de encerramento já ter expirado.
A negociadora-chefe do Brasil, Liliam Chagas, destacou que, apesar de não terem concordado em todos os pontos, houve avanços significativos que estão prontos para serem finalizados em Belém. Outro ponto discutido foi o “global stocktake”, que se refere ao balanço global sobre as promessas de redução de emissões de gases do efeito estufa. Observadores alertam que, sem maior ambição, essas promessas ainda não são suficientes para limitar o aquecimento global a até 2°C.
O terceiro tópico abordado, que teve um consenso maior, foi a “transição justa” do sistema energético. Este texto busca indicar como realizar essa transformação de maneira a proteger setores vulneráveis da economia e da sociedade durante o processo de descarbonização. Apesar do otimismo do governo brasileiro, a falta de discussão sobre financiamento foi um ponto crítico, com a necessidade de revisar as metas de apoio financeiro a países em desenvolvimento sendo adiada para a COP30.
Stela Herschmann, especialista em Políticas Climáticas do Observatório do Clima, enfatizou que é crucial que as conversas sobre financiamento e a transição energética avancem simultaneamente. A questão dos combustíveis fósseis também foi debatida, com alguns países tentando reverter acordos anteriores sobre a transição para longe desses combustíveis. No entanto, a expressão sobre essa transição foi mantida no texto final, considerada uma vitória pelos defensores do meio ambiente.
Embora o governo brasileiro tenha considerado os resultados de Bonn como extraordinários, especialmente em um contexto geopolítico desfavorável, analistas apontam que o desfecho mostrou alguma robustez. A união em torno de questões climáticas é essencial, e a mobilização da sociedade civil pode ser um fator decisivo para impulsionar ações efetivas em prol do clima e do desenvolvimento sustentável.
O BNDES se destaca como o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina, com R$ 3,8 bilhões aprovados em 2023, promovendo uma economia de baixo carbono e impulsionando a indústria nacional.
A Corte Internacional de Justiça declarou que acordos climáticos são legalmente obrigatórios, responsabilizando países por não cumprirem metas de emissões. Essa decisão histórica, que surge antes da COP30 no Brasil, estabelece consequências legais para violações climáticas e reforça a conexão entre mudanças climáticas e direitos humanos.
Ricardo Mussa, chair da SB COP30, afirma que a transição dos combustíveis fósseis será lenta, com foco em inovação e políticas públicas até 2050. A COP-30 em Belém reunirá o setor privado para discutir soluções climáticas.
Em 2023, as emissões de gases de efeito estufa alcançaram níveis recordes, superando previsões e gerando preocupações sobre desastres naturais e biodiversidade. Especialistas pedem ações urgentes.
O BNDES aprovou R$ 345 milhões para a Hermasa, visando construir 60 balsas e dois empurradores fluviais que podem reduzir em até 88,4% as emissões de CO2. O investimento, que gera 355 empregos, reforça a marinha mercante e a descarbonização.
Subprefeitura embarga obra em Copacabana após corte irregular de árvores nativas, configurando crime ambiental. Empresas responsáveis serão notificadas e fiscalizações serão intensificadas na área.