Cade suspende a Moratória da Soja, alegando prejuízo à concorrência, e abre inquérito contra 30 empresas do setor, gerando críticas de ONGs e temores de aumento do desmatamento na Amazônia.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspendeu a Moratória da Soja, um acordo que proibia a compra de soja de áreas desmatadas na Amazônia. A decisão, anunciada na noite de ontem, foi criticada por organizações não governamentais (ONGs) e ocorre a três meses da COP30, conferência da ONU sobre o clima que acontecerá em Belém. O Cade justificou a suspensão como uma “medida preventiva”, alegando que o acordo prejudica a concorrência entre empresas do setor.
O Cade abriu um inquérito administrativo contra trinta empresas do setor, incluindo grandes nomes como Cargill e Louis Dreyfus. As empresas têm dez dias para se desvincular do acordo, sob pena de multas. A denúncia que levou à investigação foi feita pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, que representa a bancada ruralista, e alega que a Moratória influenciava o mercado ao restringir a compra de soja de produtores em áreas desmatadas.
Desde sua implementação em 2006, a Moratória da Soja foi considerada um dos acordos mais eficazes para a proteção da Amazônia, resultando em uma redução de sessenta e nove por cento no desmatamento entre 2009 e 2022. A suspensão do acordo, no entanto, é vista como um retrocesso, com ONGs como o Greenpeace alertando que isso pode abrir caminho para um aumento no desmatamento, comprometendo as metas climáticas do Brasil.
A decisão do Cade foi celebrada pela Associação de Produtores de Soja do estado de Mato Grosso, que a considerou uma vitória para a livre concorrência. O Cade informou que o acordo entre as empresas do Grupo de Trabalho da Soja poderia ser considerado anticompetitivo, prejudicando a exportação de soja. A investigação busca determinar se o acordo teve impacto nos preços da commodity.
As organizações ambientais, por sua vez, argumentam que a Moratória nunca foi um obstáculo ao crescimento da produção agrícola na Amazônia, que cresceu trêscentos e quarenta e quatro por cento entre 2009 e 2022. A WWF-Brasil destacou que o Brasil possui terras degradadas que podem ser reabilitadas para a agricultura, evitando a necessidade de desmatamento.
Nessa situação, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a preservação ambiental e a produção sustentável. Projetos que visem a proteção da Amazônia e a recuperação de áreas degradadas precisam de apoio e incentivo, mostrando que é possível conciliar desenvolvimento econômico com a conservação dos nossos recursos naturais.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defende que a Petrobras amplie investimentos em energia limpa, enquanto a Licença Ambiental Especial não comprometerá a segurança ambiental. A decisão sobre exploração de petróleo cabe ao Conselho Nacional de Política Energética.

O fórum “COP30 – O que o Brasil deve entregar ao mundo em Belém” reunirá especialistas em São Paulo para discutir sustentabilidade e desafios climáticos, com foco na Conferência das Nações Unidas de 2025. O evento, promovido por VEJA e VEJA NEGÓCIOS, contará com a presença do governador do Pará, Helder Barbalho, e abordará temas como agronegócio, preservação de florestas, transição energética e financiamento da economia verde.

Pesquisadores propõem Fundo de Royalties Verdes de US$ 20 bilhões para evitar exploração de petróleo na foz do Amazonas. A iniciativa visa compensar Estados e municípios, promovendo alternativas sustentáveis em meio a críticas sobre a exploração em áreas sensíveis.

Brasil se destaca na transição energética, com 93% de sua matriz elétrica renovável. Especialistas ressaltam a COP30 em Belém e a urgência de uma industrialização verde para reduzir emissões.

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, gerando críticas da Avabrum, que vê a medida como um desrespeito às vítimas de Brumadinho e Mariana.

Investigação revela que projetos de compensação de carbono na Amazônia beneficiam indivíduos e empresas multados por desmatamento ilegal, levantando sérias preocupações sobre a integridade do mercado. A análise da Reuters destaca que 24 dos 36 projetos examinados envolvem participantes com histórico de infrações ambientais, comprometendo a eficácia das iniciativas de preservação.