Análise revela 2.974 incêndios em aterros irregulares no Brasil, liberando 6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente, enquanto o país se prepara para a COP30. A situação é alarmante e exige ação urgente.

No Jardim dos Ipês, em Valparaíso de Goiás, a fumaça toma conta do ar. A cidade, localizada a 47 quilômetros de Brasília, enfrenta um grave problema com incêndios em aterros sanitários. Na manhã de um dia comum, trabalhadores tentam conter um fogo que emana do solo, enquanto moradores relatam problemas respiratórios. A situação é alarmante e reflete uma realidade que se repete em todo o Brasil, onde uma análise recente identificou 2.974 alertas de incêndios em 740 aterros nos últimos dez anos.
Esses incêndios liberam anualmente cerca de 6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, um impacto ambiental equivalente às emissões de uma cidade do porte de Campinas, em São Paulo. O estudo, realizado pelo jornal O GLOBO, utilizou inteligência artificial e imagens de satélite para mapear esses locais, revelando que os incêndios ocorrem a cada dois dias. A situação é crítica, especialmente com a aproximação da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Um dos aterros em chamas está localizado próximo ao local do evento, em Curuçá, no Pará. A área, que abriga 41 mil moradores, apresenta uma cobertura de fogo que se estende por nove hectares. Apesar da proibição legal de depósitos a céu aberto, muitos aterros continuam a operar irregularmente, sem dados oficiais sobre sua localização e impacto. Estimativas indicam que mais de 1.700 municípios reconhecem a existência de lixões, enquanto a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente sugere que o número real pode chegar a três mil.
A pesquisa do O GLOBO, que levou quatro meses para ser concluída, representa a maior amostra de aterros clandestinos já registrada no Brasil. Especialistas afirmam que a situação pode ser ainda mais grave do que os dados indicam. A falta de controle e a ausência de informações atualizadas sobre esses locais são preocupantes, especialmente considerando que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, previa o fechamento de todos os aterros até 2014, prazo que foi prorrogado até agosto de 2024.
Os incêndios nos aterros são frequentemente causados pela decomposição de materiais inflamáveis, mas também são provocados por ações humanas que visam reduzir o volume de resíduos. A queima de lixo é considerada crime ambiental, com penas de até quatro anos de prisão. Em Novo Gama, por exemplo, um aterro que deveria ter sido desativado ainda recebe lixo, apesar das promessas de desativação por parte da administração municipal.
Os incêndios em aterros têm um impacto significativo na qualidade do ar, liberando substâncias tóxicas que agravam a poluição e contribuem para o aquecimento global. Especialistas alertam que a decomposição de resíduos orgânicos gera metano, um gás com potencial de aquecimento 30 vezes maior que o dióxido de carbono. Em meio a essa crise, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que busquem soluções sustentáveis e ajudem a mitigar os efeitos dessa situação alarmante.

O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em até 67% até 2035, com foco na erradicação do desmatamento e reflorestamento, segundo Newton La Scala, da Unesp. A queda de 30% no desmatamento em 2023 é um passo significativo para alcançar a neutralidade climática até 2050.

Grupo de Trabalho apresenta 20 ações para proteger a Foz do Amazonas, incluindo a criação do Instituto Nacional da Foz do Rio Amazonas e um Mosaico de Áreas Protegidas Marinhas, visando equilibrar exploração e conservação.

Microplásticos foram detectados em órgãos humanos, como cérebro e testículos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e inflamações crônicas, conforme estudos recentes. A urgência da situação é alarmante.

Na Zona Oeste do Rio, iniciativas como o monitoramento das ilhas de Peças e Palmas e a criação do Parque Estadual Marinho das Praias Selvagens buscam proteger a biodiversidade e promover o turismo sustentável. Moradores e especialistas se mobilizam para garantir a preservação ambiental em meio à pressão imobiliária.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta laranja para queda de temperatura em doze Estados, com a chegada de uma frente fria ao Rio Grande do Sul entre 27 e 28 de setembro. O fenômeno provocará um declínio superior a 5ºC, afetando também São Paulo e outras regiões. As temperaturas devem cair ainda mais entre quinta-feira e sexta-feira, 30, nas áreas Centro-Oeste e Norte.

O projeto de lei que altera o licenciamento ambiental no Brasil, aprovado no Senado, gera controvérsias ao incluir emendas que facilitam a exploração de petróleo e afetam a Mata Atlântica. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, busca um debate mais amplo após tensões no Senado, enquanto a Frente Parlamentar Ambientalista expressa preocupações sobre as emendas, que podem comprometer a conservação ambiental.