Saúde e Ciência

Canabidiol se destaca como alternativa promissora no tratamento da epilepsia refratária, aponta estudo científico

Estudo recente aponta que o canabidiol (CBD) reduz em 41% as crises epilépticas em pacientes com epilepsia refratária, reforçando a urgência de sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa, liderada por Bruno Fernandes Santos da Faculdade de Medicina da USP, destaca a eficácia do CBD em comparação com medicamentos convencionais, que apresentam uma redução média de apenas 18,1%. Apesar das evidências, a falta de um plano federal limita o acesso ao tratamento, que já é disponibilizado em alguns estados.

Atualizado em
June 12, 2025
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Benefícios em relação a medicamentos convencionais respaldam necessidade de inclusão dessas alternativas no sistema de saúde - Fotomontagem com Foto: Freepik Foto: rawpixel.com -Freepik - Fonte: USP Imagens

A epilepsia, uma síndrome neurológica crônica que afeta cerca de 2% da população mundial, é caracterizada por crises epilépticas espontâneas. O tratamento convencional envolve medicamentos anticonvulsivantes e, em alguns casos, cirurgia. Recentemente, um estudo revelou que o canabidiol (CBD), derivado da planta Cannabis sativa, pode reduzir em 41% as crises em pacientes com epilepsia refratária, destacando a importância de sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS).

O artigo de revisão sistemática, elaborado por Bruno Fernandes Santos, pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), analisou estudos disponíveis nas bases de dados Google Scholar, Scielo e PubMed/Medline. Seis estudos foram selecionados e analisados, revelando que a redução média de crises foi de 41% com o uso de CBD, em comparação com 18,1% nos grupos placebo que receberam medicamentos convencionais.

O pesquisador enfatiza que a epilepsia refratária apresenta desafios significativos, pois muitos pacientes não respondem aos tratamentos tradicionais e não são candidatos à cirurgia. Santos ressalta que o canabidiol não apenas reduz o número de crises, mas também melhora a qualidade de vida dos pacientes, trazendo benefícios adicionais.

Apesar das evidências crescentes sobre a eficácia do CBD, sua disponibilidade na rede pública de saúde ainda é limitada. Santos menciona que existem iniciativas estaduais que fornecem o canabidiol a pacientes do SUS, mas a falta de um plano federal restringe as opções para aqueles que sofrem de epilepsia refratária.

O canabidiol atua no sistema endocanabinoide, que regula processos como dor e inflamação. Santos explica que o CBD aumenta a produção de endocanabinoides, ajudando a controlar a hiperexcitabilidade neuronal. Embora os mecanismos de ação do CBD ainda não sejam totalmente compreendidos, há evidências de seus efeitos positivos em várias condições, além da epilepsia.

Com a crescente aceitação do canabidiol na comunidade científica, é crucial que a sociedade civil se mobilize para apoiar a inclusão desse tratamento no SUS. A união em torno dessa causa pode proporcionar alívio e esperança para muitos pacientes que enfrentam a epilepsia refratária, promovendo um futuro mais saudável e acessível para todos.

Jornal da USP - Saúde
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