Censo 2022 do Brasil revelou apenas 14,4 milhões de pessoas com deficiência, número alarmantemente inferior a estimativas anteriores, evidenciando a invisibilidade de grupos com deficiências leves ou invisíveis. A consultora Luciana Trindade destaca a urgência de revisar o modelo de coleta de dados do IBGE, que ignora barreiras sociais e atitudinais, comprometendo políticas públicas essenciais.
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que apenas 14,4 milhões de pessoas com deficiência foram identificadas no Brasil, representando apenas 7,3% da população. Esse número é alarmantemente inferior ao da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2022, que contabilizou 18,6 milhões de pessoas com deficiência nas grandes cidades, e à Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, que apontou 17,3 milhões. A discrepância em relação ao Censo de 2010, que estimava mais de 45 milhões, levanta sérias preocupações sobre a invisibilidade de grupos com deficiências leves ou invisíveis.
A consultora Luciana Trindade destaca a necessidade urgente de revisão no modelo de coleta de dados do IBGE. O questionário utilizado, baseado no Washington Group, limita-se a perguntar se a pessoa tem "muita dificuldade" ou "não consegue" realizar atividades como ver, ouvir ou andar. Essa abordagem é considerada reducionista, pois ignora a complexidade das deficiências, que não se restringem apenas a limitações físicas, mas também incluem barreiras sociais e atitudinais.
O Censo 2022 não contabilizou pessoas com mobilidade reduzida, deficiência auditiva unilateral ou doenças raras que impactam a funcionalidade, mas não são visíveis. Essa exclusão contraria a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e compromissos assumidos pelo Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A falta de dados precisos compromete o planejamento de políticas públicas essenciais, como saúde, educação inclusiva e acessibilidade.
Dados são fundamentais para moldar políticas e distribuir recursos. A ausência de informações sobre grupos marginalizados transmite uma mensagem clara: "você não conta". Essa invisibilidade estatística resulta em uma negação de cidadania, dificultando o acesso a direitos garantidos por lei, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria especial. É crucial que o Brasil adote um modelo de dados que reflita a diversidade das experiências e garanta representatividade plena.
O país possui uma das legislações mais avançadas do mundo em termos de inclusão, mas a prática ainda não reflete essa realidade. É urgente implementar um modelo biopsicossocial como referência estatística e promover a educação inclusiva desde a infância. A mudança de atitudes e a promoção de acessibilidade ampla são essenciais para garantir que ninguém fique para trás, nem nas estatísticas, nem na vida real.
O Censo 2022 evidencia que a acessibilidade ainda é tratada como um aspecto secundário, enquanto a deficiência é frequentemente ignorada nas políticas públicas. A sociedade civil deve se mobilizar para garantir que as vozes de todos sejam ouvidas e que as necessidades de grupos marginalizados sejam atendidas. A união em torno de projetos que promovam a inclusão pode fazer a diferença na vida de milhões de brasileiros que exigem ser vistos e respeitados.
As inscrições para o Programa Universidade para Todos (Prouni) encerram-se em 4 de julho de 2025, com mais de 211 mil bolsas disponíveis para estudantes de baixa renda que fizeram o Enem. O programa visa ampliar o acesso ao ensino superior.
A prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos EUA é de 1 em 36 crianças. Dados de 2010 indicam que cerca de 1% da população brasileira está no espectro. O diagnóstico e tratamento devem ser multidisciplinares, respeitando a individualidade.
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