A COP30 inicia em Bonn, Alemanha, enquanto o Brasil enfrenta contradições ao leiloar blocos de petróleo. A falta de hospedagem em Belém levanta preocupações sobre a logística do evento. O Brasil busca liderar a eliminação de combustíveis fósseis, mas o leilão de 172 blocos de petróleo revela tensões internas. A COP30 pode ser prejudicada pela escassez de acomodações e pela insatisfação de países em desenvolvimento com o financiamento climático.
Na próxima segunda-feira, inicia-se em Bonn, na Alemanha, a primeira rodada de negociações da COP30. Enquanto Belém será o local da grande final, Bonn representa o começo das discussões. O Brasil busca aproveitar as duas semanas de diálogos para avançar em temas críticos, como a adaptação às mudanças climáticas. No entanto, o país enfrenta desafios tanto internos quanto externos nas negociações.
Um dos principais problemas internos é o leilão agendado pela Agência Nacional de Petróleo para terça-feira, um dia após o início das negociações em Bonn. Serão leiloados 172 blocos de petróleo e gás, incluindo 47 na bacia da Foz do Amazonas. Essa ação contrasta com a intenção do Brasil de liderar a eliminação de combustíveis fósseis, criando uma contradição significativa na política ambiental do país.
Externamente, as tensões entre países ricos e em desenvolvimento persistem desde a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão. Os países desenvolvidos aprovaram uma meta de financiamento climático considerada insuficiente pelos países em desenvolvimento, que exigem discussões mais profundas sobre as responsabilidades financeiras dos países ricos. A Bolívia já declarou que não participará das conversas em Bonn se o tema não for abordado.
Além disso, a logística da COP30 em Belém levanta preocupações. Em março, o chefe da Secretaria Especial para a COP30, Valter Correia, prometeu uma plataforma digital para reservas de hospedagem, mas até agora, apenas 25% dos leitos disponíveis estão em hotéis. Delegações estrangeiras já manifestaram dificuldades em enviar equipes completas devido à falta de acomodações adequadas.
Enquanto isso, o ativismo climático continua a ser um tema relevante. Greta Thunberg e o ativista Thiago Ávila, que foram detidos durante uma missão humanitária em Gaza, retornaram a seus países. A situação na Palestina e a resposta da ONU a crises humanitárias e climáticas são criticadas, evidenciando a necessidade de ações mais efetivas por parte da comunidade internacional.
Com a iminente tragédia climática no Brasil, um projeto de lei que busca reconhecer a emergência climática no Rio Grande do Sul está em tramitação. Este projeto estabelece uma meta para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa até 2050, em resposta aos alagamentos que afetaram quase quinhentos municípios no último ano. A mobilização da sociedade civil é essencial para apoiar iniciativas que visem mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover a justiça social.
No dia 22 de maio, às 15h, ocorrerá o seminário "Agenda Climática e Oportunidades de Negócios", promovido pela Folha, com foco na transição energética e mercado de carbono no Brasil. O evento contará com a presença de líderes do setor privado e público, como Gustavo Pimenta, presidente da Vale, e Luciana Costa, do BNDES, discutindo caminhos para a redução de emissões e desafios do financiamento climático. As inscrições são gratuitas e limitadas.
Estudo da Universidade Federal do ABC (UFABC) revela nova técnica para aumentar a durabilidade das células solares de perovskita, mantendo 80% da eficiência após noventa dias em condições ambientes. A pesquisa, liderada pelo professor André Sarto Polo, incorpora cátions de formamidínio, permitindo produção mais acessível e sustentável.
Entidades ambientais expressam preocupação com o Projeto de Lei do Licenciamento Ambiental, que pode isentar empresas de responsabilidades financeiras por danos ambientais, onerando o poder público.
Uma carreta que transportava corante colidiu com um poste em Jundiaí, resultando em um vazamento de 2 mil litros do produto. Aves foram afetadas e capivaras estão sendo monitoradas. A via foi interditada.
A Agência Espacial Europeia lançou um satélite inovador que utiliza radar de banda-P para medir com precisão o carbono armazenado nas florestas tropicais, incluindo a Amazônia. Essa tecnologia permitirá uma análise mais detalhada do impacto do desmatamento e do armazenamento de carbono, superando limitações anteriores.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo, o Metrô, firmou parceria para utilizar energia renovável a partir de 2027, prevendo economia de R$ 12 milhões anuais, e planeja expandir suas linhas em 20 quilômetros até 2028.