Estudo do Núcleo Ciência Pela Infância revela que crianças brasileiras enfrentarão aumento de eventos climáticos extremos, com 37,4% em insegurança alimentar, exigindo um modelo de cuidado integral.

Um estudo do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) revela que as crianças brasileiras enfrentarão um aumento alarmante em eventos climáticos extremos. Em 2023, foram registrados 6.772 eventos, um crescimento de quase 280% em relação a 2015. Essa realidade impacta diretamente o desenvolvimento infantil, com 37,4% das crianças de zero a quatro anos vivendo em insegurança alimentar, refletindo a intersecção entre mudanças climáticas e desigualdade social.
As crianças nascidas em 2020 enfrentarão 6,8 vezes mais ondas de calor e 2,8 vezes mais inundações ao longo de suas vidas. A pobreza agrava essa situação, com 8,1 milhões de crianças vivendo em condições de vulnerabilidade. A análise destaca que 33,6% dessas crianças pertencem a famílias chefiadas por mulheres negras, evidenciando o fenômeno do racismo ambiental, onde as decisões políticas e econômicas afetam desproporcionalmente populações marginalizadas.
O estudo também aponta que 5% das crianças estão em situação de desnutrição crônica e 18,28% correm risco de sobrepeso, criando um ciclo de problemas de saúde conhecido como "sindemia global". Os prejuízos econômicos das mudanças climáticas no Brasil já somam R$ 13 bilhões anuais, representando 0,1% do PIB de 2022. Globalmente, as perdas podem chegar a US$ 38 trilhões anuais até 2050, destacando a urgência de ações preventivas.
As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul serviram como um exemplo dos impactos da crise climática na infância. Mais de 3.930 crianças foram acolhidas em abrigos públicos, enfrentando separações familiares durante operações de resgate. O setor educacional também sofreu, com perdas de R$ 2,36 bilhões e a interrupção de mais de 55.749 horas-aula, aprofundando desigualdades educacionais.
O estudo da Fiocruz revela que 43,5% das escolas de educação infantil nas capitais brasileiras não possuem áreas verdes, uma carência significativa, visto que cerca de 80% das crianças vivem em áreas urbanas. O acesso desigual a espaços naturais compromete o desenvolvimento psicomotor e a consciência ambiental das crianças, que muitas vezes encontram na escola o único contato com a natureza.
Para enfrentar esses desafios, o relatório recomenda a adoção de um modelo de "cuidado integral", que inclui saúde, nutrição adequada, segurança, aprendizado e cuidados responsivos. Investimentos em políticas de agroecologia e criação de espaços seguros são essenciais. A mobilização da sociedade civil pode ser crucial para apoiar iniciativas que visem proteger as crianças e garantir um futuro mais seguro e saudável para as próximas gerações.

O projeto "Ressignifica" da Universidade Federal Fluminense (UFF) já removeu mais de quatro toneladas de lixo do Rio João Mendes, transformando resíduos em biocarvão e adubo. A iniciativa, coordenada pela professora Dirlane de Fátima do Carmo, visa promover educação ambiental e engajamento da comunidade local, oferecendo alternativas sustentáveis para o reaproveitamento de materiais.

Comunidades quilombolas se opõem a teste de perfuração na Foz do Amazonas, agendado para o dia 24, alegando falta de consulta prévia e denunciando racismo ambiental. A Conaq critica a ausência de participação democrática.

Ribeirinhos paralisam a construção da Avenida Liberdade em Belém, exigindo indenizações e melhorias nas estradas, enquanto cientistas alertam sobre os riscos de desmatamento na Amazônia. A obra, controversa em meio à COP30, gera tensão entre o governo e ambientalistas.

Censo revela que 11,8 milhões de pessoas residem em Unidades de Conservação no Brasil, com 131 mil em áreas onde a habitação é proibida, destacando a complexidade das ocupações e precariedades enfrentadas. A maioria é parda, com aumento de quilombolas e indígenas, evidenciando conflitos entre políticas ambientais e regularização fundiária.

A degradação ambiental e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte impactam crianças indígenas e quilombolas na Amazônia, afastando-as da natureza e prejudicando seu desenvolvimento. O Projeto Aldeias, em Altamira, busca resgatar esses laços comunitários e a conexão com o meio ambiente.

Ibama promoveu a 13ª Reunião do Coletivo do Pirarucu em Manaus, reunindo 81 participantes para fortalecer o manejo sustentável da espécie e gerar benefícios socioeconômicos às comunidades locais.