A degradação ambiental e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte impactam crianças indígenas e quilombolas na Amazônia, afastando-as da natureza e prejudicando seu desenvolvimento. O Projeto Aldeias, em Altamira, busca resgatar esses laços comunitários e a conexão com o meio ambiente.

A degradação ambiental e os efeitos das mudanças climáticas têm impactado severamente comunidades tradicionais na Amazônia, especialmente crianças indígenas e quilombolas. Essas crianças dependem da natureza para sua cultura e sobrevivência, e a pesquisa da pedagoga Eliana Pojo destaca a importância dos rios no desenvolvimento infantil em comunidades ribeirinhas. O Projeto Aldeias, em Altamira, busca resgatar laços comunitários e a conexão das crianças com a natureza, após a remoção forçada devido à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Eliana Pojo passou dois anos no quilombo Tauerá-Açú, em Abaetetuba, no Pará, para investigar o papel dos cursos d'água no desenvolvimento das crianças. Durante sua pesquisa, ela observou que as atividades aquáticas são fundamentais para fortalecer vínculos comunitários e preservar conhecimentos tradicionais. Ela afirma que a degradação ambiental ameaça o modo de vida das comunidades, e as crianças percebem a diminuição de peixes e alimentos, além de expressarem preocupação com a saúde ao serem impedidas de se banhar nos rios.
A especialista em educação, Paula Magalhães, ressalta que afastar crianças do meio ambiente compromete seu desenvolvimento integral. A saúde física e emocional delas é afetada por eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. Para muitas comunidades indígenas e quilombolas, a saúde da natureza é vital, e as mudanças climáticas impactam não apenas o ambiente, mas toda a estrutura social.
Em Altamira, a ativista Daniela Silva, cofundadora do Projeto Aldeias, compartilha a visão de que a conexão com a natureza é essencial. O projeto, criado em 2019, oferece oficinas e atividades de imersão na floresta para crianças e adolescentes. Daniela destaca que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte prejudicou os laços comunitários, e o projeto visa restaurar esse pertencimento ao território amazônico.
O projeto também atua como uma rede de apoio para as famílias locais, especialmente após a perda de um membro da família de Daniela. Ela busca resgatar a vivência comunitária e a relação com a natureza, que eram características marcantes da infância dela. As crianças participantes do projeto, como os sobrinhos de Daniela, estão se sentindo mais seguras e confiantes, desenvolvendo um maior senso de pertencimento ao território.
Iniciativas como o Projeto Aldeias são fundamentais para garantir que as crianças de Altamira e de outras comunidades tradicionais possam reconectar-se com a natureza e preservar sua cultura. A união da sociedade civil pode ser um caminho para apoiar essas iniciativas e ajudar a fortalecer os laços comunitários, promovendo um futuro mais sustentável e justo para todos.

Mudanças climáticas aumentam a violência de gênero, com um estudo apontando que cada aumento de 1ºC na temperatura global eleva em quase 5% os casos de agressões a mulheres por parceiros íntimos. Eventos extremos, como secas e enchentes, intensificam desigualdades sociais e expõem mulheres a riscos maiores, como feminicídios, que aumentam em 28% durante ondas de calor.

O Complexo Pequeno Príncipe se destaca como a primeira instituição de saúde do Brasil a adquirir créditos de biodiversidade, investindo US$ 15 mil em cinco mil unidades, em parceria com a SPVS. Essa ação pioneira visa integrar a conservação da natureza à gestão ambiental, promovendo a saúde integral e a responsabilidade socioambiental.

A jaguatirica resgatada em Trajano de Moraes (RJ) após ser ferida por mais de 20 tiros foi solta em 6 de junho, após dois meses de reabilitação. O Instituto BW e parceiros garantiram sua recuperação.

Malcom Ferdinand propõe a ecologia decolonial, unindo a luta por justiça social à preservação ambiental, desafiando o ambientalismo tradicional que ignora injustiças sociais. A obra "Uma ecologia decolonial" destaca a importância de integrar dignidade dos povos oprimidos e equilíbrio ecológico.

O governo Lula iniciará em 2 de fevereiro uma operação de 90 dias para expulsar garimpeiros da Terra Indígena Kayapó, em resposta a uma decisão do STF. A ação, que envolve 20 órgãos, visa combater a mineração ilegal e suas consequências ambientais e de saúde.

Em 2024, o Cimi registrou 211 assassinatos de indígenas, incluindo a liderança Maria Fátima Muniz de Andrade, em um cenário de crescente violência e insegurança jurídica. A crise climática e o Marco Temporal agravam a situação.