Impacto Social

"Debate sobre proteção infantil nas redes sociais ganha força após denúncias de sexualização de menores"

Instituto Liberta denuncia influenciador por sexualização de menores e impulsiona debate sobre segurança infantil online, resultando em treze Projetos de Lei no Congresso, incluindo o PL 2628, que aguarda aprovação.

Atualizado em
August 12, 2025
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Luciana avalia que o debate sobre a regulamentação das redes sociais ficou muito envolto em disputas ideológicas e políticas. Foto: Camila Picolo

O Instituto Liberta já havia denunciado o influenciador Hytalo Santos por conteúdos que sexualizam menores, buscando derrubar suas contas nas redes sociais. O vídeo do influenciador Felca sobre adultização nas redes sociais gerou um aumento significativo no debate sobre a segurança infantil online, resultando em treze Projetos de Lei protocolados no Congresso. O Projeto de Lei 2628, que exige verificação de idade e permite a remoção rápida de conteúdos abusivos, aguarda aprovação na Câmara.

Luciana Temer, diretora presidente do Instituto Liberta, destacou que a entidade já havia alertado sobre a gravidade dos vídeos de Hytalo Santos. “Já apontávamos a perversidade desses vídeos. Mas o Felca conseguiu furar a bolha. Direita, esquerda, conservador ou liberal: todo mundo entendeu em que buraco estamos”, afirmou. Ela enfatizou a necessidade de discutir a regulamentação das redes sociais sem as divisões ideológicas que têm dificultado o avanço das leis de proteção infantil.

O Brasil ocupa a quinta posição no mundo em denúncias de abuso sexual infantil pela internet, segundo a ONG internacional Inhope. O vídeo de Felca catalisou a apresentação de novos Projetos de Lei, mas Luciana defende a aprovação do PL 2628, que já passou pelo Senado. Este projeto exige que as plataformas realizem a verificação de idade dos usuários, uma informação atualmente autodeclaratória, e permite a remoção imediata de conteúdos que envolvam abuso ou exploração sexual de menores.

Luciana também apontou que o PL 2628 ainda carece de um aspecto crucial: a regulamentação da monetização de vídeos com crianças e adolescentes. A proposta, apresentada pela deputada Tabata Amaral, visa garantir que a exploração comercial de conteúdos envolvendo menores seja feita de forma responsável. “O ideal seria não monetizar. Mas ao menos é necessária uma regulamentação muito séria”, disse Luciana, ressaltando a falta de controle nas redes sociais em comparação ao trabalho supervisionado na televisão.

Após as denúncias, Hytalo Santos teve suas contas no Instagram e TikTok desativadas, acumulando mais de vinte milhões de seguidores. Sua conta no YouTube, que contava com sete milhões de inscritos, perdeu a monetização. O YouTube afirmou que removeu mais de dezoito milhões de vídeos globalmente em 2024 por infringirem políticas de segurança infantil. A Meta, responsável pelo Facebook e Instagram, não se manifestou sobre o caso, e o TikTok ainda não respondeu.

Essa situação evidencia a urgência de ações efetivas para proteger crianças e adolescentes nas redes sociais. Projetos que visam a segurança infantil devem ser apoiados pela sociedade civil, garantindo que as vozes mais vulneráveis sejam ouvidas e protegidas. A união em torno dessas causas pode fazer a diferença na luta contra a exploração e abuso infantil.

Estadão
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