Impacto Social

Desigualdade no tratamento da hipertensão arterial agrava doenças cardiovasculares na América Latina

A hipertensão arterial na América Latina enfrenta discriminação no tratamento, afetando mulheres e minorias. A IASH propõe intervenções para personalizar cuidados e combater desigualdades.

Atualizado em
July 4, 2025
Clock Icon
3
min

A hipertensão arterial é uma condição prevalente na América Latina, frequentemente associada a doenças cardiovasculares, que representam a principal causa de morte na região. Um novo artigo da Sociedad Interamericana de Hipertensión Arterial (IASH) destaca a discriminação no tratamento dessa condição, afetando especialmente mulheres e minorias. As disparidades no atendimento médico são evidentes, com grupos economicamente desfavorecidos enfrentando barreiras significativas no acesso a cuidados adequados.

O artigo, publicado no American Journal of Hypertension, enfatiza que a discriminação no tratamento da hipertensão não é apenas uma questão de direitos humanos, mas também agrava o impacto das doenças cardiovasculares. O presidente da IASH, Luis Alcocer, ressalta que a sub-representação em pesquisas e o diagnóstico tardio contribuem para essas desigualdades, exigindo intervenções urgentes para melhorar o acesso ao atendimento e promover tratamentos individualizados.

Um exemplo citado por Alcocer é a presunção de que mulheres afro-americanas com hipertensão não responderão bem a certos medicamentos, levando a decisões de tratamento inadequadas. Essa abordagem ignora fatores cruciais, como dieta e comorbidades, e perpetua a discriminação. A IASH defende que características como etnia, gênero e condição socioeconômica devem ser consideradas, mas não como justificativas para limitar o atendimento.

A cardiologista Ayelén Rosso, membro da Federação Argentina de Cardiologia, destaca que a falta de uma perspectiva de gênero nos protocolos de tratamento resulta em cuidados inadequados para mulheres. Estudos mostram que elas recebem tratamento menos intensivo do que os homens, mesmo apresentando níveis semelhantes de pressão arterial. Além disso, obstáculos estruturais, como a falta de tempo e recursos, dificultam a adesão ao tratamento.

Rosso também aponta que mulheres que enfrentaram pré-eclâmpsia ou hipertensão gestacional frequentemente não recebem acompanhamento adequado após o parto, perdendo uma oportunidade crucial de intervenção. A IASH pede que os sistemas de saúde adotem abordagens sensíveis ao gênero e garantam a representação equitativa das mulheres em pesquisas clínicas, além de desenvolver diretrizes específicas para o tratamento da hipertensão feminina.

Essas desigualdades no atendimento médico refletem um modelo de cuidado que não atende às necessidades reais das mulheres. A conscientização sobre preconceitos de gênero e a promoção de um atendimento mais equitativo são essenciais. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos, promovendo iniciativas que garantam acesso a cuidados adequados e justos para todos os pacientes com hipertensão.

Medscape - Brasil
Quero ajudar

Leia mais

Maricá se prepara para o turismo de luxo com a retomada do megaprojeto MARAEY após decisão do STJ
Impacto Social
Clock Icon
3
min
Maricá se prepara para o turismo de luxo com a retomada do megaprojeto MARAEY após decisão do STJ
News Card

O megaprojeto MARAEY, em Maricá, Rio de Janeiro, foi autorizado a retomar suas obras pelo STJ, após paralisação desde maio de 2023, prometendo investimentos de R$ 4 bilhões e geração de 18 mil empregos.

"Autismo: trajetória de superação e inovação na pesquisa de diagnósticos acessíveis"
Impacto Social
Clock Icon
4
min
"Autismo: trajetória de superação e inovação na pesquisa de diagnósticos acessíveis"
News Card

Após ser diagnosticado com autismo aos 54 anos, um professor da USP lidera pesquisa em inteligência artificial para diagnósticos precoces de TEA, promovendo inclusão e conscientização.

Pesquisadores brasileiros buscam reduzir em até 80% o custo da terapia CAR-T para tratamento de câncer no SUS
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Pesquisadores brasileiros buscam reduzir em até 80% o custo da terapia CAR-T para tratamento de câncer no SUS
News Card

Pesquisadores brasileiros desenvolvem terapias CAR-T nacionais para reduzir custos em até 80% e disponibilizar o tratamento no SUS, atualmente restrito e caro, com estudos clínicos em andamento.

Psicólogos exploram o uso do MDMA em terapia para tratar traumas e reduzir desistências em tratamentos convencionais
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Psicólogos exploram o uso do MDMA em terapia para tratar traumas e reduzir desistências em tratamentos convencionais
News Card

Rick Doblin, fundador da MAPS, aguarda aprovação da FDA para uso terapêutico do MDMA no tratamento de traumas, destacando a importância da aliança terapêutica e sessões controladas. A pesquisa avança com foco em terapia de grupo e jovens.

Letícia Sabatella e Paulo Braga emocionam pacientes do Hospital Sarah com espetáculo de música e arte
Impacto Social
Clock Icon
3
min
Letícia Sabatella e Paulo Braga emocionam pacientes do Hospital Sarah com espetáculo de música e arte
News Card

Letícia Sabatella e Paulo Braga emocionaram pacientes do Hospital Sarah Kubitschek com o espetáculo Voz e Piano, destacando a cultura como parte essencial da reabilitação. A apresentação, parte do programa Arte e Reabilitação, promoveu um ambiente de alegria e bem-estar, reforçando a importância da arte na saúde.

Armazenamento de energia elétrica no Brasil atrai investimentos bilionários e promete evitar apagões
Impacto Social
Clock Icon
4
min
Armazenamento de energia elétrica no Brasil atrai investimentos bilionários e promete evitar apagões
News Card

O armazenamento de energia elétrica no Brasil, antes visto como inviável, agora atrai investimentos bilionários, podendo movimentar até R$ 44 bilhões até 2030, dependendo de um marco legal. O Operador Nacional do Sistema (ONS) alerta para riscos de apagões e a necessidade de leilões de capacidade e armazenamento, que enfrentam atrasos.