Desmatamento ilegal no Mato Grosso afeta onças pintadas e gera multas. Uma fazenda desmatrou mil hectares em área protegida, resultando em penalidades e comprometendo a biodiversidade local. A onça pintada, símbolo da fauna brasileira, perdeu 27 milhões de hectares de habitat, com a maioria das infrações ocorrendo sem autorização legal.
Em 2022 e 2023, autoridades ambientais constataram que uma fazenda no Mato Grosso desmatrou cerca de mil hectares em área protegida, o que equivale a mais de seis vezes o tamanho do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A Fazenda Canoeiro, de propriedade da MFX Investimentos e Participações Ltda., foi multada e embargada devido a infrações que causaram danos à vegetação. Este caso ilustra um problema maior: a perda de biodiversidade, especialmente em regiões habitadas pela onça pintada, uma espécie emblemática da fauna brasileira.
Nos últimos dez anos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) registrou 477 infrações ambientais na Área de Proteção Ambiental (APA) Meandros do Araguaia, totalizando mais de R$ 37 milhões em multas. A expansão da agropecuária e o desmatamento ilegal têm sido os principais responsáveis pela degradação do habitat da onça pintada, que já perdeu 27 milhões de hectares de vegetação nativa nos estados do Pará e do Mato Grosso, uma área maior que a soma da Inglaterra, Escócia e País de Gales.
O Código Florestal brasileiro exige que as fazendas mantenham áreas com vegetação nativa, mas entre 2014 e 2023, 89% da perda de vegetação ocorreu sem as devidas autorizações. Alexandria Reid, da ONG Global Witness, destaca que a fiscalização é insuficiente e que as penalidades são baixas, permitindo que empresas continuem a desmatar impunemente. A onça pintada, classificada como quase ameaçada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), enfrenta uma redução populacional projetada de mais de 30% até 2031, devido a atividades agrícolas e conflitos com humanos.
As onças desempenham um papel ecológico crucial como predadores de topo, controlando as populações de herbívoros e, consequentemente, influenciando todo o ecossistema. A extinção dessa espécie pode causar desequilíbrios, afetando a qualidade da água e a saúde do solo. Além disso, a fragmentação de seu habitat leva a conflitos com fazendeiros, que muitas vezes retaliam caçando esses animais, aumentando o risco de extinção.
A MFX Investimentos, que desmatou a área, foi identificada como fornecedora indireta da JBS, uma das maiores empresas de processamento de carne do mundo. A prática conhecida como "lavagem de gado" permite que produtos de áreas desmatadas entrem no mercado, explorando brechas nos sistemas de rastreamento. Dados indicam que 75% das fazendas fornecedoras de gado da JBS na região das onças possuem menos vegetação preservada do que o exigido por lei.
Para proteger a biodiversidade, a criação de corredores ecológicos que conectem áreas fragmentadas é uma proposta viável. Um estudo sugere que a restauração de áreas ao longo da bacia Araguaia-Tocantins poderia gerar benefícios financeiros significativos e empregos. A união da sociedade civil em projetos de restauração e conservação pode ser fundamental para garantir a sobrevivência da onça pintada e de outras espécies ameaçadas, promovendo um futuro mais sustentável para a biodiversidade brasileira.
Governo Federal implementa medidas inovadoras para enfrentar enchentes no Rio Grande do Sul, incluindo o Rito Sumário para Recursos e o Sistema Defesa Civil Alerta, visando reconstrução e prevenção de desastres.
A criação da Autoridade Climática, promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enfrenta impasses sobre sua estrutura e não deve ser implementada até a COP30. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca a complexidade da proposta e a necessidade de um novo marco regulatório para antecipar tragédias climáticas.
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) revelaram dados sobre mais de 257 mil microrganismos associados a plantas Velloziaceae nos campos rupestres brasileiros. O estudo, publicado na revista Scientific Data, destaca a importância das interações microbianas na adaptação das plantas a ambientes extremos, como solos pobres em nutrientes e períodos de seca. As informações estão disponíveis em repositórios abertos, promovendo novas pesquisas e soluções biotecnológicas para a agricultura.
A Agência Espacial Europeia lançou um satélite inovador que utiliza radar de banda-P para medir com precisão o carbono armazenado nas florestas tropicais, incluindo a Amazônia. Essa tecnologia permitirá uma análise mais detalhada do impacto do desmatamento e do armazenamento de carbono, superando limitações anteriores.
Emissões da produção de carne bovina no Brasil superam limites climáticos. Estudo revela que, até 2030, o setor pode emitir até 0,63 GtCO2e, muito acima da meta de 0,26 GtCO2e, com perdas potenciais de até US$ 42,6 bilhões.
Operação conjunta do Ibama, Polícia Federal e Funai destrói 16 dragas e 4 rebocadores no rio Jandiatuba, combatendo o garimpo ilegal e protegendo a Amazônia e comunidades indígenas. A ação reforça o compromisso com a preservação ambiental e a responsabilização dos infratores.