Impacto Social

Diversidade e inclusão avançam lentamente nas mineradoras brasileiras, com desafios em cargos de liderança

Em 2024, 90% das mineradoras associadas à Women in Mining Brasil (WIM) têm programas de diversidade, mas apenas 22% das vagas são ocupadas por mulheres. A paridade de gênero na mineração deve ocorrer apenas em 2038.

Atualizado em
April 29, 2025
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Trabalhadores que acumularem características, como mulheres negras, terão peso maior para cálculo de Score Diversidade — Foto: Unsplash

A agenda de diversidade e inclusão nas mineradoras brasileiras tem avançado de forma lenta, especialmente em cargos de liderança. Em 2024, noventa por cento das empresas associadas à Women in Mining Brasil (WIM) afirmaram ter programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI). No entanto, apenas vinte e dois por cento das vagas no setor são ocupadas por mulheres, um leve aumento em relação a 2023, quando esse percentual era de vinte e um por cento. A WIM estima que a paridade de gênero na mineração só será alcançada em 2038.

O relatório da WIM, que mapeia a participação feminina na mineração desde 2019, destaca que a presença de mulheres em cargos de chefia é ainda muito baixa. Atualmente, elas ocupam vinte e quatro por cento das vagas de gestão corporativa, dez por cento das posições de gestão operacional e vinte por cento dos times executivos. Patrícia Procópio, diretora-presidente da WIM, enfatiza que promover a equidade de gênero deve ir além do marketing e requer ações transformadoras.

O aumento do interesse das mulheres por crescimento na carreira é notável. Em 2022, apenas onze por cento das profissionais participaram de programas de desenvolvimento de liderança. Esse número subiu para vinte e quatro por cento em 2023 e chegou a trinta e um por cento em 2024. Apesar desse avanço, a participação feminina em cargos de liderança ainda é considerada insuficiente, segundo Patrícia.

A diversidade racial também é uma preocupação no setor. Camila Silva Chaves, presidente do coletivo Quantos, aponta que a participação de profissionais negros e pardos chega a sessenta e cinco por cento em algumas empresas, mas está concentrada em posições operacionais e técnicas. Ela ressalta a necessidade de as mineradoras promoverem condições de equidade e capacitar seus recursos humanos para um olhar mais inclusivo nos processos de seleção para cargos estratégicos.

Na Alcoa, por exemplo, as mulheres representam vinte e seis por cento da força de trabalho, com trinta e três por cento ocupando posições de liderança. Profissionais negros ocupam trinta e seis por cento dos cargos de chefia. A empresa tem investido em recrutamentos afirmativos e programas de aceleração de carreira, buscando construir um ambiente inclusivo e seguro para todos os colaboradores.

Essas iniciativas são fundamentais para garantir um ambiente de trabalho mais equitativo e produtivo. A união em torno de projetos que promovam a diversidade e inclusão pode fazer a diferença na vida de muitos profissionais. Ao apoiar essas causas, a sociedade civil pode contribuir para um futuro mais justo e igualitário no setor de mineração e além.

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