Estudantes indígenas e quilombolas protestam por políticas de inclusão no ensino superior. Apesar do aumento de matrículas, a evasão e a falta de apoio cultural persistem, exigindo ações efetivas para garantir sua permanência.
Nos últimos anos, o acesso de estudantes indígenas ao ensino superior no Brasil aumentou significativamente, especialmente após a implementação da lei de cotas em 2012. Em 2022, cerca de setenta mil alunos de diversas etnias estavam matriculados em instituições de ensino superior, um crescimento expressivo em relação aos onze mil registrados em 2009. Apesar desse avanço, as taxas de evasão e retenção permanecem altas, refletindo desafios culturais e sociais que impactam a permanência e o sucesso acadêmico desses estudantes.
Estudantes indígenas enfrentam barreiras que vão além das dificuldades financeiras e do isolamento social. Entre os obstáculos estão a proficiência em língua portuguesa e a adaptação à vida urbana e ao ambiente acadêmico. Além disso, muitos relatam episódios de preconceito e a falta de representação cultural nos currículos e no corpo docente das universidades. A pedagoga e antropóloga Chantal Medaets, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destaca que a diversidade entre os estudantes indígenas torna a criação de políticas de inclusão ainda mais complexa.
A Unicamp, por exemplo, possui cerca de quinhentos alunos indígenas e desde 2018 realiza um vestibular específico para esse público. As provas incluem temas do cotidiano e textos de autores indígenas, buscando valorizar a cultura desses estudantes. A lei de cotas de 2012 foi um marco importante, mas muitas universidades já haviam iniciado processos seletivos exclusivos para indígenas antes disso. Dados mostram que em 2021 e 2022, vestibulares adaptados foram realizados por quarenta por cento das universidades federais e cinquenta e três por cento das estaduais.
Estudos indicam que a maioria dos estudantes indígenas tem renda familiar per capita de até um salário mínimo e que apenas uma parte deles participa de programas de assistência estudantil. O engajamento em atividades de pesquisa e extensão é inferior ao de outros estudantes cotistas. Além disso, muitos indígenas que vivem em comunidades onde o português não é a língua principal enfrentam dificuldades adicionais. O antropólogo José Jorge de Carvalho, da Universidade de Brasília (UnB), ressalta que o ambiente universitário pode ser hostil, com discriminação cultural frequente.
Casos de preconceito são comuns, como relatado por estudantes que se sentem isolados e desvalorizados. A estudante Angelina Ferreira, da etnia Baniwa, compartilha sua experiência de solidão e racismo na universidade, enquanto Luiz Medina, da etnia Guarani, menciona comentários depreciativos sobre a capacidade dos indígenas em fazer ciência. Dados de instituições como a Universidade Federal de Pelotas mostram que a evasão e a retenção entre estudantes indígenas são preocupantes, com muitos demorando mais para concluir seus cursos.
Para enfrentar esses desafios, algumas universidades estão implementando mudanças curriculares e oferecendo cursos de extensão para reforçar habilidades essenciais. A Universidade Federal do Pará, por exemplo, oferece cursos de reforço em português e matemática. A Universidade Federal de São Paulo lançou um curso de licenciatura intercultural para professores indígenas, buscando atender às demandas das comunidades. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a inclusão e a permanência desses estudantes nas universidades.
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