Saúde e Ciência

Estudo revela que 72,5% das mulheres jovens no Brasil enfrentam sintomas vulvovaginais normalizados

Estudo da UFSCar revela que 72,5% das mulheres jovens no Brasil enfrentam sintomas vulvovaginais, como dor e corrimento, destacando a normalização desses problemas e a urgência de educação em saúde íntima.

Atualizado em
May 16, 2025
Clock Icon
3
min
As questões relatadas podem ter causas diversas, como infecções, alterações hormonais, dermatológicas ou musculares • TEERASAK AINKEAW/500px/GettyImages

Um estudo realizado por pesquisadoras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que setenta e dois vírgula cinco por cento das mulheres jovens no Brasil enfrentam sintomas vulvovaginais, como coceira, corrimento e dor durante o ato sexual. A pesquisa, que envolveu trezentas e treze voluntárias com idade média de trinta anos, destaca a normalização desses problemas e a urgência de uma educação em saúde íntima.

Os resultados foram publicados no Brazilian Journal of Physical Therapy e mostram que, apesar do impacto negativo na qualidade de vida e na saúde sexual, muitos sintomas são subestimados pelas mulheres. Ana Carolina Beleza, uma das autoras do estudo, observa que existe um forte tabu sobre o tema, levando a uma percepção errônea de que esses sintomas são normais.

A pesquisa revelou uma contradição preocupante: mesmo mulheres que relataram dor durante o ato sexual consideraram que o problema tinha baixo impacto em suas vidas. Os escores utilizados para medir esse impacto ficaram aquém do esperado, reforçando a necessidade de uma abordagem clínica para investigar e tratar esses sintomas. Beleza enfatiza que sentir dor durante o ato sexual não é normal e deve ser tratado adequadamente.

Os sintomas mais comuns relatados foram secreção vaginal (sessenta e três por cento), coceira (cinquenta e quatro por cento), ardência (trinta e um por cento), secura vaginal (trinta por cento), odor vaginal (vinte e oito por cento), irritação (vinte e sete por cento) e dor durante o ato sexual (vinte por cento). Menos de trinta por cento das participantes afirmaram não apresentar nenhum desses incômodos.

As causas dos sintomas podem variar, incluindo infecções, alterações hormonais e problemas dermatológicos ou musculares. Clara Maria de Araujo Silva, primeira autora do artigo, destaca que a questão vai além da saúde, envolvendo aspectos culturais e emocionais. O estudo sugere que a prevalência dos sintomas pode ser ainda maior entre mulheres com menor renda e escolaridade, o que abre espaço para futuras investigações sobre determinantes sociais em saúde.

Este trabalho é pioneiro no Brasil ao abordar a prevalência de sintomas vulvovaginais em mulheres jovens. A conscientização e a educação sobre saúde íntima são essenciais para que esses problemas deixem de ser normalizados. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a saúde e o bem-estar das mulheres, ajudando a combater tabus e a melhorar a qualidade de vida.

CNN Brasil - Saúde
Quero ajudar

Leia mais

Vendedora registra ocorrência contra médica após complicações graves em cirurgia de silicone no Rio de Janeiro
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Vendedora registra ocorrência contra médica após complicações graves em cirurgia de silicone no Rio de Janeiro
News Card

Luciene de Souza, 27 anos, acusa médica de lesão corporal após complicações em cirurgia. Após implante de silicone, Luciene perdeu audição e mobilidade. A Polícia Civil investiga a médica Sandra Patricia Naranjo Gonzalez, que nega falhas.

Jovem enfrenta grave quadro de saúde e aguarda biópsia para diagnóstico em meio a dificuldades no SUS
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Jovem enfrenta grave quadro de saúde e aguarda biópsia para diagnóstico em meio a dificuldades no SUS
News Card

Jovem enfrenta febre e dores articulares há 50 dias, com perda de 15 quilos, e necessita de biópsia da medula óssea e transferência para hematologia, mas enfrenta obstáculos no SUS que atrasam seu tratamento.

Canabidiol se destaca como alternativa promissora no tratamento da epilepsia refratária, aponta estudo científico
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Canabidiol se destaca como alternativa promissora no tratamento da epilepsia refratária, aponta estudo científico
News Card

Estudo recente aponta que o canabidiol (CBD) reduz em 41% as crises epilépticas em pacientes com epilepsia refratária, reforçando a urgência de sua inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa, liderada por Bruno Fernandes Santos da Faculdade de Medicina da USP, destaca a eficácia do CBD em comparação com medicamentos convencionais, que apresentam uma redução média de apenas 18,1%. Apesar das evidências, a falta de um plano federal limita o acesso ao tratamento, que já é disponibilizado em alguns estados.

Hospital Brasília Águas Claras conquista Prêmio Gold por excelência no atendimento a pacientes com AVC
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Hospital Brasília Águas Claras conquista Prêmio Gold por excelência no atendimento a pacientes com AVC
News Card

O Hospital Brasília Águas Claras, da Rede Américas, conquistou o Prêmio Gold do WSO Angels Awards, destacando-se no atendimento a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). O reconhecimento reflete a excelência no tratamento, com agilidade crucial para salvar vidas e minimizar sequelas.

Senado aprova projetos que antecipam mamografia para mulheres a partir dos 30 anos no SUS e planos de saúde
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Senado aprova projetos que antecipam mamografia para mulheres a partir dos 30 anos no SUS e planos de saúde
News Card

A CAS do Senado aprovou projetos que antecipam a mamografia pelo SUS para mulheres a partir de 30 anos com histórico familiar e 40 anos para rastreamento anual, visando aumentar a detecção precoce do câncer de mama. A mudança pode impactar R$ 100 milhões em 2026, mas é considerada essencial para salvar vidas e reduzir a mortalidade.

Vacina contra chikungunya avança para incorporação no SUS após aprovação da Anvisa
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Vacina contra chikungunya avança para incorporação no SUS após aprovação da Anvisa
News Card

Vacina contra chikungunya é aprovada pela Anvisa e será incorporada ao SUS. A iniciativa do Ministério da Saúde visa fortalecer o combate à doença, que já afetou 620 mil pessoas globalmente em 2024.