Educação

Fecundidade no Brasil atinge menor taxa da história, refletindo mudanças sociais e educacionais significativas

Dados do Censo de 2022 revelam que a fecundidade no Brasil caiu para 1,6 filho por mulher, abaixo da taxa de reposição, com a educação feminina sendo um fator determinante. Essa mudança impacta a estrutura social e econômica do país.

Atualizado em
June 30, 2025
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Alunos em sala de aula da Escola COC São Luís, no Maranhão — Foto: Divulgação/World's Best School Prizes 2025

No início dos anos 2000, a elite brasileira expressou preocupações sobre as altas taxas de fecundidade entre mulheres de baixa renda. Sem políticas eficazes de controle de natalidade, alguns temiam um aumento da violência e da pobreza. Entretanto, essa visão era baseada em preconceitos e desinformação. Especialistas, especialmente demógrafos, já indicavam uma tendência de queda na fecundidade, que começava entre as mulheres mais ricas e escolarizadas e se estendia às menos favorecidas.

Os dados do Censo de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmaram essa tendência, revelando que a fecundidade no Brasil caiu para 1,6 filho por mulher, abaixo da taxa de reposição populacional de 2,1 filhos. A educação feminina é um fator crucial nessa mudança. Estudos anteriores, como os realizados pelos demógrafos José Eustáquio Diniz Alves e Suzana Cavenaghi, mostraram que mulheres com maior escolaridade em favelas cariocas apresentavam padrões de fecundidade semelhantes aos das mulheres mais instruídas em outras áreas da cidade.

Os dados de 2022 reforçam que, quanto maior a escolaridade feminina, menor a taxa de fecundidade. Mesmo entre os grupos menos escolarizados, a média de filhos por mulher já está abaixo da taxa de reposição. A imagem de famílias numerosas, com cinco ou seis filhos, está se tornando cada vez mais rara, mesmo nas áreas mais pobres do país. Além disso, houve uma redução significativa na gravidez entre adolescentes, o que é positivo para a permanência delas na escola.

A educação, além de ser um fator importante para a redução da fecundidade, também é impactada por essa mudança. Entre 2007 e 2024, o número de alunos no ensino fundamental caiu de trinta e dois milhões para vinte e seis milhões. Com menos crianças a serem atendidas, torna-se mais viável aumentar o investimento por aluno, beneficiando tanto as políticas públicas quanto os esforços das famílias na educação de seus filhos.

Entretanto, a redução da fecundidade pode trazer desafios orçamentários para a educação. Com uma população envelhecida, aumentará a necessidade de gastos com saúde e previdência. Em um cenário de crise fiscal, a pressão para reduzir os investimentos em educação pode crescer, o que pode ter consequências negativas, já que o investimento por aluno no Brasil ainda é inferior ao de países desenvolvidos.

Para enfrentar os desafios de uma população envelhecida, é fundamental aumentar a produtividade dos trabalhadores brasileiros. Isso requer não apenas a ampliação da escolaridade, mas também a melhoria da qualidade do ensino, especialmente para os grupos mais vulneráveis. Nessa situação, a união da sociedade pode fazer a diferença, apoiando iniciativas que promovam a educação e o desenvolvimento social, garantindo um futuro mais justo e igualitário para todos.

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