Governadores do Sul e Sudeste do Brasil lançam a "Carta de Curitiba", pedindo um debate ambiental equilibrado e a superação de polarizações políticas antes da COP30 em Belém. Durante a 13ª reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, líderes estaduais destacaram a importância da união em torno da emergência climática e a necessidade de maior participação de estados e municípios nas negociações.
Os governadores das regiões Sul e Sudeste do Brasil se reuniram na 13ª reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) para discutir questões ambientais em preparação para a Conferência das Partes (COP30), que ocorrerá em Belém em novembro. Durante o evento, foi divulgada a "Carta de Curitiba", que propõe um debate equilibrado sobre meio ambiente, sem polarizações políticas, e uma maior participação de estados e municípios nas negociações.
A "Carta de Curitiba" enfatiza que a emergência climática é uma responsabilidade compartilhada entre municípios, estados e a União. O documento destaca a importância de evitar divisões políticas, afirmando que "dogmas não favorecem a discussão". Os governadores presentes, incluindo Ratinho Junior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), reforçaram a necessidade de união em torno da preservação ambiental.
Eduardo Leite destacou que o meio ambiente deve ser um tema unificador, capaz de superar as diferenças políticas. Ele afirmou que "todos nós sentimos os efeitos das mudanças climáticas", ressaltando a necessidade de colaboração entre diferentes setores da sociedade. Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, também defendeu a união, afirmando que a crise ambiental afeta a todos, independentemente de suas posições políticas.
Durante a reunião, Ratinho Junior lançou o Banco Verde, uma plataforma destinada a conectar investidores e instituições socioambientais, além de um fundo para biofertilizantes. Ele apontou que a falta de saneamento básico é um dos maiores crimes ambientais e criticou a morosidade das licenças ambientais necessárias para resolver problemas de infraestrutura, como esgoto a céu aberto.
Os governadores também pediram que a COP30 preste atenção à Mata Atlântica, comprometendo-se a ampliar a fiscalização desse bioma. Ana Toni, diretora-executiva da COP30, afirmou que o evento será "de todos os biomas brasileiros" e que a implementação das políticas discutidas será uma prioridade. Ela destacou que governadores e prefeitos estão na linha de frente dessa implementação.
Após o evento, os governadores evitaram comentar sobre declarações polêmicas feitas por Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. No entanto, a reunião demonstrou um esforço conjunto para abordar as questões ambientais de forma colaborativa. A união em torno de projetos sustentáveis e de preservação pode ser um caminho importante para enfrentar os desafios climáticos que o Brasil enfrenta atualmente.
O Brasil enfrenta um aumento alarmante de desastres climáticos, com 7.539 eventos de chuvas extremas entre 2020 e 2023, afetando 91,7 milhões de pessoas e gerando prejuízos de R$ 146,7 bilhões.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou obras para aumentar a segurança hídrica, incluindo duas barragens em Campinas, visando enfrentar a pressão crescente sobre os recursos hídricos.
Em 2023, as emissões da produção de roupas aumentaram 7,5%, totalizando 944 milhões de toneladas, devido ao uso crescente de poliéster virgem, intensificando a crise ambiental. O poliéster, fibra sintética barata, é responsável por significativas emissões de CO2 e contaminação por microplásticos, além de ser não biodegradável, contribuindo para o acúmulo de resíduos. A reciclagem é complexa e limitada, enquanto a indústria investe pouco em alternativas sustentáveis.
Brasil se destaca na transição energética global, com 50% de sua matriz proveniente de fontes renováveis, em evento da “COP30 Amazônia”, onde especialistas discutem desafios e oportunidades para o setor.
Estudo da Unicamp revela agrotóxicos na água da chuva em Campinas, Brotas e São Paulo. A pesquisa alerta para riscos no uso dessa água, destacando a presença de atrazina, herbicida proibido.
O aumento de atropelamentos de fauna silvestre no Distrito Federal exige ações urgentes. Em 2025, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) registrou 3.447 resgates, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.