O governo brasileiro lançou a consulta pública do novo Plano Clima, que visa cortar emissões até 2035, mas prevê aumento de até 44% nas emissões do setor de energia, priorizando combustíveis fósseis.

O governo brasileiro iniciou uma consulta pública sobre a mitigação das emissões no novo Plano Clima, que visa reduzir as emissões até 2035, com foco especial nos setores de uso da terra, como desmatamento e agropecuária. O esboço do plano apresenta metas para diminuir o desmatamento e as emissões da agropecuária, destacando oportunidades significativas para impacto climático e credibilidade internacional.
No entanto, ao abordar o setor de energia, o plano revela uma contradição preocupante. As emissões de energia podem aumentar até 44% na próxima década, em vez de serem reduzidas. Mesmo em um cenário considerado "ambicioso", a meta é não reduzir as emissões até 2035. O governo justifica essa abordagem pela vulnerabilidade do sistema atual às mudanças climáticas, optando por aumentar a dependência de termelétricas fósseis.
Essa decisão ignora a necessidade de uma transição para fontes renováveis e soluções inovadoras, como armazenamento em larga escala e gestão da demanda. O governo já apresentou um plano de adaptação que inclui melhorias na infraestrutura do setor de energia, mas não há uma integração efetiva entre as estratégias de mitigação e adaptação.
O plano setorial de energia não prioriza a transição dos combustíveis fósseis, delegando a responsabilidade a tecnologias de captura de carbono que ainda não se concretizaram. A justificativa para a expansão do petróleo se baseia na "baixa intensidade de carbono" do óleo brasileiro, o que não é suficiente para mitigar os impactos ambientais. O setor energético, que abrange transporte e indústria, pode ver um aumento de 14% nas emissões.
Embora exista um cenário alternativo que prevê uma redução de 15%, ele não é claramente priorizado no plano. A atual situação exige que o governo transforme essa proposta em uma referência sólida, detalhando um caminho viável para alcançar as metas de redução de emissões.
A crise climática exige uma abordagem integrada entre adaptação e mitigação. A sociedade civil deve se mobilizar para apoiar iniciativas que promovam a transição energética e a resiliência climática. Projetos que visem fortalecer a infraestrutura e incentivar o uso de energias renováveis podem ser fundamentais para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Brigadistas indígenas e quilombolas estão sendo capacitados para pilotar drones no combate a incêndios florestais, com apoio do Ibama e da Fundação Bunge, visando aumentar a eficiência nas operações. Essa parceria inovadora busca integrar conhecimento tradicional e tecnologia para enfrentar os desafios das queimadas na Amazônia.

Cidades brasileiras, como Caxias do Sul, Crato e Aracruz, estão adotando projetos inovadores para enfrentar as mudanças climáticas, com foco em reflorestamento e restauração de manguezais. Essas iniciativas visam aumentar a resiliência das comunidades e proteger a população.

O ESG Summit 2025, promovido pela EXAME, enfatizou a urgência de ações coordenadas contra a crise climática, destacando o papel do Brasil e a importância do engajamento social. O evento abordou soluções para adaptação urbana, saneamento e desigualdades sociais, com a participação de líderes do setor público e privado.

Jorge Abache critica a falta de estratégia do Brasil em sustentabilidade, destacando seu potencial em biocombustíveis e energia renovável, enquanto a Europa resiste a essas soluções. A mudança de abordagem é urgente.

A COP30, que ocorrerá em Belém, é vista como uma oportunidade crucial para o Brasil liderar a ação climática global, destacando a Amazônia e a justiça ambiental. O Summit ESG da EXAME enfatizou a necessidade de financiamento e a inclusão de comunidades locais nas discussões.

A Nestlé Brasil firmou parcerias com a re.green e a Barry Callebaut para restaurar 8.000 hectares e plantar 11 milhões de árvores na Bahia e Pará, visando a sustentabilidade e a redução de emissões até 2050. As iniciativas prometem regenerar ecossistemas e fortalecer a cadeia produtiva do café, com compromissos de preservação de longo prazo.