Educação

Governo enfrenta resistência do setor privado ao regulamentar a educação a distância no Brasil

Governo federal enfrenta resistência ao regulamentar a educação a distância, com petição contra decreto já com 8 mil assinaturas. O setor privado teme aumento de mensalidades e restrições ao acesso ao ensino superior.

Atualizado em
April 22, 2025
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Educação a distância tem recebido críticas pela falta de qualidade em parte das graduações. Foto: Alex Silva/Estadão - 12/08/2020

O governo federal está elaborando um decreto para regulamentar a educação a distância (EAD) no Brasil, o que gerou preocupações no setor privado, que representa a maior parte das matrículas. A proposta, que ainda não foi divulgada em sua versão final pelo Ministério da Educação (MEC), tem gerado reações negativas, especialmente entre instituições de ensino superior que se sentem excluídas do processo de formulação das normas.

Uma petição contra o decreto já conta com cerca de oito mil assinaturas e inclui nomes influentes do setor, como o empresário Janguiê Diniz. O MEC, por sua vez, afirma ter realizado consultas públicas e ouvido especialistas, mas a falta de transparência sobre o conteúdo final do decreto tem gerado descontentamento. A expectativa é que a versão final seja divulgada ainda este mês.

Entre as mudanças propostas, estão a criação de uma nova modalidade de ensino semipresencial, a inclusão de regras para atividades síncronas e assíncronas, e a obrigatoriedade de provas presenciais. Especialistas reconhecem a necessidade de uma melhor regulação no setor, mas alertam que as novas regras podem dificultar o acesso ao ensino superior, especialmente para a população de baixa renda.

A petição destaca que as medidas em discussão podem impactar até cinco milhões de alunos, aumentando as mensalidades em até 45%. O professor João Vianney, um dos organizadores da petição, critica a exigência de um número limite de alunos para atividades síncronas, afirmando que isso pode inviabilizar a operação de muitas instituições e prejudicar o acesso à educação.

O manifesto da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) também expressa preocupações sobre as restrições propostas, que podem afetar cursos essenciais, como os de saúde e licenciatura. O presidente da Abed, João Mattar, ressalta que a falta de clareza sobre as novas exigências e seus impactos é alarmante, especialmente em um momento em que a formação a distância é crucial para atender a demanda em diversas áreas.

Com a situação em andamento, a união do setor educacional e da sociedade civil é fundamental para garantir que as vozes dos interessados sejam ouvidas. Projetos que visem apoiar a educação e a inclusão social podem ser essenciais para enfrentar os desafios impostos pelas novas regulamentações e garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade.

Estadão
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